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Publicado em 08/10/2025, às 13h55 Reprodução/Freepik Giovana Gurgel
Quatro em cada dez empresas do Nordeste ainda não oferecem nenhum benefício ou programa voltado à saúde mental dos colaboradores, segundo a pesquisa Panorama da Saúde Emocional do RH 2025, realizada pela Flash com 889 profissionais de Recursos Humanos entre junho e julho.
O índice regional (43%) está alinhado à média nacional (42%).
Apesar disso, o cenário apresenta avanços. Em todo o país, o número de companhias que disponibilizam iniciativas voltadas ao bem-estar psicológico cresceu 18 pontos percentuais no último ano - passando de 40% em 2024 para 58% em 2025. No Nordeste, o salto foi de 19 pontos: de 39% para 57%.
Entre as empresas nordestinas que já adotam políticas de cuidado emocional, as mais comuns são psicólogo na empresa (34%), programa estruturado de saúde mental (29%) e subsídio para psicoterapia (14%).
Benefícios como auxílio-farmácia (13%) e apoio a práticas de meditação (5%) também aparecem, ainda que de forma tímida.
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A pesquisa mostra que 90% dos profissionais de RH reconhecem a importância estratégica da saúde mental nas organizações. Mesmo assim, a maioria aponta que o tema ainda não se traduz em ações concretas.
“Apesar de 90% reconhecerem que a saúde mental é estratégica, muitas empresas ainda a tratam como algo periférico. É preciso vê-la como parte central da cultura corporativa”, avalia Isadora Gabriel, CHRO da Flash e psicóloga.
A entrada em vigor da nova NR-1, que inclui riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), é apontada como fator que pode impulsionar essa transformação.
A norma foi adiada para maio de 2026, mas 65% dos profissionais de RH acreditam que a atualização terá impacto positivo em sua própria saúde mental.
“As empresas precisam ir além da obrigação legal e compreender que investir em saúde mental fortalece desempenho e pertencimento, além de reduzir custos invisíveis ligados ao adoecimento e ao absenteísmo”, reforça Isadora.