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O câncer infantil é uma realidade difícil que afeta milhares de famílias e impõe desafios físicos, emocionais e psicológicos às crianças em tratamento.
Em entrevista, a assistente social da Casa Durval Paiva, Marília Gabriela Nunes de Oliveira, explica como a recreação infantil tem se tornado uma ferramenta essencial no processo de cura, oferecendo momentos de prazer e ajudando a manter o equilíbrio emocional dos pequenos pacientes.
Segundo Marília Gabriela, estudos comprovam que o ato de brincar reduz o estresse e a ansiedade, sentimentos comuns em crianças diagnosticadas com câncer.
“Dentro do hospital, a recreação representa uma pausa necessária em meio a tantos exames e procedimentos invasivos. É nesse momento que a criança pode se sentir como criança, e não apenas como paciente”, destaca.
Ela acrescenta que esse resgate da infância tem impacto direto na autoestima e no ânimo, fatores que fazem diferença para a adesão e para o sucesso do tratamento. “O lúdico devolve vitalidade, ajuda a aliviar tensões e fortalece a saúde mental da criança, algo que não pode ser negligenciado”.
Para a assistente social, outro benefício fundamental da recreação é a socialização. “Nas brincadeiras, as crianças interagem com colegas de tratamento e com seus familiares, o que fortalece vínculos e cria um ambiente de apoio. Isso é essencial para que elas mantenham uma visão mais positiva diante da doença”, afirma.
Ela ressalta ainda a importância da presença de profissionais capacitados. “Educadores e recreadores especializados conseguem potencializar os efeitos dessas atividades. Eles oferecem acolhimento e empatia, transformando o hospital em um espaço mais humano, onde há riso e aprendizado, mesmo em meio às dificuldades.”
Marília Gabriela enfatiza que a recreação não pode ser vista como passatempo, mas como parte fundamental da recuperação. “Brincar é tão importante quanto o remédio. A alegria e a fuga do sofrimento contribuem para melhorar a qualidade de vida da criança, preservando a infância mesmo em um contexto tão delicado”, ressalta.
Ela conclui lembrando que integrar a brincadeira ao tratamento significa reconhecer que o processo de cura vai além do corpo.
“Estamos falando de um cuidado integral, que respeita e valoriza a criança em todas as suas dimensões, garantindo que esperança e coragem façam parte da jornada contra a doença”.
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