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O Setembro Amarelo reforça que a saúde mental deixou de ser um tema periférico e se consolidou como fator estratégico nas organizações. Segundo José Pedro Fernandes, vice-presidente global da SISQUAL WFM, empresa responsável por otimizar a força de trabalho, cuidar do bem-estar psicológico não é apenas uma responsabilidade individual, mas parte central da gestão corporativa moderna.
Ele explica que o ritmo acelerado do mercado, a hiperconectividade e a sobreposição entre vida pessoal e profissional estão transformando o que significa trabalhar de forma saudável.
Fernandes alerta para os números preocupantes: em 2024, o Brasil registrou mais de 472 mil afastamentos por transtornos de ansiedade e depressão, um aumento de 68% em relação a 2023, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social.
"O impacto no ambiente corporativo é evidente", disse, "colaboradores com saúde mental comprometida apresentam maior absenteísmo, menor engajamento e queda na produtividade".
Para ele, a solução exige abordagens estruturadas para prevenir e gerenciar riscos psicológicos. "Não podemos esperar que os problemas se instalem para agir", alerta.
José Pedro Fernandes
Fernandes destaca que as soluções de Workforce Management (WFM) são ferramentas essenciais para apoiar a saúde mental.
"Elas ajudam a organizar jornadas de trabalho de forma equilibrada, garantindo pausas adequadas e evitando sobrecarga", explica, ressaltando que essa organização preventiva pode reduzir fatores que afetam a saúde psicológica dos colaboradores.
Ele também aponta que essas tecnologias vão além da rotina operacional. "É possível analisar a disponibilidade e o equilíbrio entre demandas e recursos, identificar sobrecargas e ajustar prioridades, promovendo uma cultura de cuidado que conecta produtividade e bem-estar", afirma.
A comunicação entre gestores e equipes também melhora com o uso dessas ferramentas.
"Com aplicativos que permitem visualizar horários, solicitar trocas de turnos, férias e folgas, os colaboradores passam a participar ativamente do planejamento de suas jornadas, aumentando o engajamento e o sentimento de pertencimento", explica Fernandes.
Apesar dos benefícios tecnológicos, Fernandes lembra que nenhuma ferramenta substitui escuta ativa, empatia e liderança humanizada.
"Quando combinadas com políticas claras de bem-estar, elas potencializam resultados e criam ambientes de trabalho mais saudáveis, inclusivos e resilientes", afirma.
Segundo ele, empresas que conseguem integrar cultura, tecnologia e liderança estão mais preparadas não apenas para reduzir afastamentos e custos, mas também para atrair e reter talentos, inovar continuamente e construir um diferencial competitivo sustentável.
Fernandes reforça que o Setembro Amarelo é um alerta para que a saúde mental seja parte integrante da estratégia organizacional, e não apenas uma reação a crises.
"Empresas que transformam dados em ações concretas protegem o bem-estar dos colaboradores, constroem equipes engajadas e fortalecem culturas corporativas mais humanas", conclui.
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