Polícia
O Juízo da Vara Criminal da Comarca de Natal negou pedido de instauração de incidente de sanidade mental solicitado pela defesa do ex-jogador de basquete Igor Eduardo Cabral, de 29 anos.
Igor é acusado de tentativa de feminicídio contra sua então namorada, Juliana Garcia dos Santos Soares, de 35 anos. A moça foi brutalmente espancada dentro de um elevador no condomínio onde mora, no bairro Ponta Negra, na zona sul de Natal. O crime aconteceu no dia 26 de julho, e foi filmado pela câmera do elevador. Ela levou mais de 60 socos no rosto e na cabeça. O vídeo abaixo mostra o momento da brutalidade.
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Segundo o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, a negativa para o pedido de incidente de sanidade mental aconteceu ainda no final de julho, pouco mais de 72 horas após a violência sofrida por Juliana. Vale lembrar que Igor foi preso em flagrante delito, ou seja, minutos após a ocorrência da agressão. Ao chegar na delegacia, em seu depoimento inicial, ele chegou a alegar ter sofrido um surto claustrofóbico.
O incidente de insanidade mental, de acordo com o Código de Processo Penal (CPP), é um procedimento que visa apurar a sanidade mental de um acusado durante o processo criminal. Se houver dúvida sobre a integridade mental do réu, o juiz pode determinar a realização de um exame pericial para verificar se ele era ou não capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento.
Em outras palavras, a avaliação atesta se o acusado possui alguma doença mental ou deficiência no desenvolvimento mental que possa ter afetado sua capacidade de entender o ato cometido. Basicamente, busca-se determinar se o acusado era ou não inimputável (incapaz de ser responsabilizado penalmente) na ocasião do crime cometido.
Após alguns dias detido no Centro de Recebimento e Triagem (CRT), em Parnamirim, espécie de porta de entrada do sistema penitenciário, ele foi transferido no dia 1º deste mês para a Cadeia Pública Dinorá Sinas, em Ceará-Mirim, na Grande Natal. Sem cela individual, em uma ala coletiva, Igor afirma que foi colocado em uma cela isolada, algemado e sem roupas, e que policiais penais o teriam colocado sobre o ralo do banheiro, usado spray de pimenta e desferido golpes com sandálias, socos, chutes e cotoveladas.
No dia 4, a defesa do ex-atleta enviou uma nota à imprensa. No texto, Igor diz que, embora as circunstâncias ainda estejam sendo apuradas, ele sente a necessidade sincera de expressar "pedido de perdão a todos que, de alguma forma, foram afetados".
O processo está em segredo de Justiça, e segue o trâmite normal, com a citação do acusado para apresentar defesa e posterior designação da audiência de instrução.
No dia 26 de julho de 2025, Juliana Soares foi brutalmente agredida pelo então namorado, Igor Eduardo Pereira Cabral, de 29 anos, dentro de um elevador em seu condomínio. As câmeras registraram a violência: foram dados 61 socos contra a vítima — o ataque durou aproximadamente 35 segundos, desde o 16º andar até o térreo.
A agressão já era precedida por um histórico de controle e ciúmes: Juliana contou que o namorado lhe incentivava a tirar a própria vida e que temia por sua segurança.
Igor foi preso em flagrante no local, contido por moradores e levado à delegacia especializada de atendimento à mulher. Alegou ter sofrido um “surto claustrofóbico” e até afirmou ser autista, mas essas justificativas foram vistas com ceticismo pela Polícia Civil, que o indiciou por tentativa de feminicídio. A prisão foi convertida em preventiva.
A cirurgia de reconstrução facial de Juliana, realizada no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), foi considerada um sucesso. O procedimento durou quase sete horas e envolveu osteossíntese — fixação de fraturas faciais com miniplacas e parafusos. Ela recebeu alta no início da noite do dia 4 de agosto de 2025, e segue agora em recuperação domiciliar com acompanhamento médico.
A reação da sociedade foi imediata e comovente: além de manifestações de solidariedade e repúdio — como a nota da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) exigindo justiça —, foi lançada uma vaquinha para ajudar nos custos do tratamento. Inicialmente, a campanha arrecadou cerca de R$ 50 mil, mas logo ultrapassou os R$ 100 mil, com mais de 2.100 doadores.
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