Polícia
Após sobreviver a uma tentativa de feminicídio, Juliana Soares, 35 anos, mostrou o rosto pela primeira vez depois de passar por cirurgias reconstrutivas.
Ela foi brutalmente agredida pelo ex-atleta de basquete e influenciador Igor Cabral, conhecido como “bombado do elevador”, que desferiu mais de 60 socos contra sua cabeça e rosto dentro de um condomínio na zona Sul de Natal. O caso aconteceu no dia 26 de julho de 2025.
A reaparição aconteceu depois de um longo processo médico e psicológico. Juliana passou por diversas cirurgias para reconstruir ossos fraturados, reparar tecidos e recuperar parte das funções comprometidas pela violência. Nas redes sociais, ela recebeu mensagens de apoio e solidariedade de centenas de pessoas.
O crime, registrado pelas câmeras de segurança do condomínio Sun Golden, chocou o país. As imagens mostraram o momento exato em que a vítima, já ensanguentada, tenta se proteger dentro do elevador, enquanto o agressor continua a golpear.
Veja como ela está:
Reprodução/Redes Sociais
O dia da agressão
O caso ocorreu em 26 de julho. Segundo a polícia, o ataque foi interrompido graças à ação rápida do porteiro, que viu a cena pelas câmeras e chamou a Polícia Militar. Igor Cabral foi preso em flagrante momentos depois, ainda no local.
Na ocasião, Juliana ficou com o rosto desfigurado, sofrendo fraturas no nariz, mandíbula e afundamento de ossos faciais. Em seu primeiro depoimento, escrito porque não conseguia falar, relatou não lembrar da sequência completa da agressão.
A motivação alegada pelo agressor mudou ao longo do tempo. Ele chegou a dizer que sofreu um surto de claustrofobia, depois culpou o ciúme por causa de uma mensagem de celular e, por último, atribuiu o ataque ao uso de drogas e a uma instabilidade emocional.
Acusação formal e histórico do agressor
O Ministério Público do Rio Grande do Norte denunciou Igor Cabral por tentativa de feminicídio. A Justiça potiguar aceitou a acusação e manteve a prisão preventiva, considerando a gravidade do crime e a necessidade de preservar a integridade física e psicológica da vítima. O processo segue sob sigilo judicial.
A investigação foi conduzida pela Delegacia Especializada de Pronto Atendimento a Grupos em Situação de Vulnerabilidade. Além da vítima, foram ouvidas quatro testemunhas, dois policiais militares e o próprio agressor.
O episódio reacendeu debates sobre o histórico do acusado. Igor já havia sido detido anteriormente em outra ocorrência policial, quando foi flagrado em um grupo acusado de comercializar drogas durante uma rave na Via Costeira.
Um novo começo para a vítima
Com o rosto reconstruído e mais confiante, Juliana afirmou que sua decisão de se mostrar novamente é também um ato de resistência. Ela diz querer que sua história sirva de alerta e força para outras mulheres que vivem ou viveram situações semelhantes.
A vítima segue acompanhando o andamento do processo e espera que a condenação seja exemplar.
“Não quero que ninguém passe pelo que eu passei”, declarou.
Confira momento da agressão:
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