[VÍDEO] Igor Cabral alega surto claustrofóbico; psiquiatra rebate e explica sintomas reais da fobia

O ex-atleta Igor Cabral, que foi flagrado pela câmera de um elevador espancando a socos a sua então namorada Juliana Soares, alegou que no momento da agressão estava tendo um "surto claustrofóbico".

Nas imagens, Igor aparece dando uma série de socos em Juliana. É possível contabilizar mais de 60 murros no rosto da vítima, que ficou desfigurado após as agressões e inúmeras fraturas.

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A equipe de reportagem do Bnews Natal conversou com Dayanna Barreto, médica psiquiatra, que esclareceu incompatibilidades entre a alegação feita pela defesa do ex-atleta e o vídeo da agressão.

Reveja o vídeo do momento da agressão:

Antes de tudo, a psiquiatra explicou que "nenhum diagnóstico psiquiátrico pode ser feito sem uma escuta clínica adequada e uma avaliação presencial do paciente". No entanto, ao analisar as imagens divulgadas, notou incompatibilidade com as características de um surto de claustrofobia.

"A claustrofobia é uma fobia específica, classificada dentro dos transtornos de ansiedade. Trata-se de um medo intenso e irracional de espaços fechados, como elevadores ou túneis", explicou Barreto.

Entre os sintomas de um ataque claustrofóbico, a psiquiatra destacou que geralmente são: pânico, choro, taquicardia, falta de ar, angústia extrema e tentativas de sair do ambiente o mais rápido possível.

Sobre as agressões, a médica pontuou: "O comportamento esperado é de fuga, jamais de ataque".

Banalização de termos psiquiátricos

A médica reiterou ainda, que o uso de termos psiquiátricos tem sido comumente usado para justificar condutas semelhantes ao caso de Igor Cabral.

"O termo 'surto' tem sido usada para justificar condutas inaceitáveis. Essa prática não apenas distorce o que é um transtorno mental verdadeiro, mas também estigmatiza os pacientes que realmente sofrem com esses diagnósticos — e que, em sua imensa maioria, não representam risco à vida de ninguém", analisa Dayanna.

Além disso, a defesa do ex-atleta teria alegado, informalmente, ser uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA), segunda a delegada que acompanha o caso.

Segundo a psiquiatra, o TEA é uma condição do neurodesenvolvimento e que não possui nenhuma característica associada a comportamentos agressivos dirigidos ou deliberados.

"Utilizar alegações vagas ou diagnósticos não confirmados como recurso de defesa é não apenas irresponsável, mas também um desserviço à luta por uma sociedade mais inclusiva e informada", conclui a médica.

Estado de saúde de Juliana

A agressão causou inúmeras fraturas em vários ossos do rosto de Juliana Soares. Neste momento, ela tem dificuldade até para comer e respirar, e a alimentação está sendo feito somente com itens pastosos e líquidos. 

Segundo os médicos,  ela terá que ser submetida a procedimentos cirúrgicos nos próximos dias quando os inchaços forem diminuídos. 

Os exames preliminares feitos pela vítima apontam fraturas no nariz, na base superior do maxilar e em ossos da bochecha, da parte de cima da boca, da mandíbula próximo à têmpora e da órbita ocular, estrutura óssea que sustenta o globo, do lado esquerdo. 

Logo após ser atacada e agredida, Juliana foi imediatamente socorrida e levada para o Hospital referência no estado do RN, Walfredo Gurgel; ela ficou internada durante toda a noite e teve alta na manhã seguinte. 

Assim que chegou e recebeu os primeiros atendimentos, a vítima não conseguia sequer falar sobre o ocorrido e teve que tentar explicar por escrito.