Polícia
Reprodução: Internet | Edilson Rodrigues/Agência Senado
Um homem de confiança do senador Weverton Rocha (PDT-MA), o empresário Gustavo Marques Gaspar assinou um documento que deu podres a Rubens Oliveira Costa, apontado pela Polícia Federal (PF) como o “carregador de mala” de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.
A procuração, permite que Rubens Oliveira, responsável por levar a propina a autoridades e políticos envolvidos no esquema que apura desvios e saques não autorizados no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), movimente e saque valores das contas de uma empresa de Gustavo Gaspar, a GM Gestão Ltda.
Gustavo Gaspar é considerado braço direito do senador Weverton. O empresário trabalhou como assessor do parlamentar maranhense de 2019 a 2023.
Leia também:
Escândalo do INSS: o salto de um secretário da Conafer que virou dono de aviões
Relator da CPMI do INSS promete descobrir quem desviou dinheiro de aposentados
Ministros de Bolsonaro sabiam de fraudes no INSS, diz relatório
O empresário esteve lotado no gabinete da liderança do PDT no Senado por quatro anos, com salário de R$ 17,2 mil. Gaspar só foi exonerado pelo senador depois que o jornal O Estado de S. Paulo revelou que ele era um funcionário fantasma.
Rubens Oliveira é tido como figura central no transporte de dinheiro do esquema fraudulento contra aposentados do INSS. Ele é descrito no inquérito da Polícia Federal como “facilitador” e “intermediador” do Careca do INSS, considerado um dos principais operadores da farra dos descontos indevidos do INSS.
A procuração foi registrada no Cartório JK, em Brasília, no dia 12 de março deste ano. No mês seguinte a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da Operação Sem Desconto, que investiga a Farra do INSS.
O inquérito foi para o Supremo Tribunal Federal (STF) após a PF identificar a atuação de políticos com foro privilegiado no esquema fraudulento.
No documento, obtido pelo Metrópoles, Gustavo Gaspar confere “amplos poderes” a Rubens Oliveira para representar a GM Gestão Ltda em quaisquer estabelecimentos bancários, “com a finalidade de abrir, movimentar e encerrar contas”, “fazer depósitos, retiradas, transferências e aplicações” e “receber, emitir, assinar, endossar e descontar cheques”.
A procuração também permite que o “homem da mala” do Careca do INSS represente Gustavo Gaspar diante de empresas públicas, privadas e órgãos governamentais, podendo até mesmo assinar contratos.
o advogado Bernardo Simões Coelho, que faz a defesa de Rubens Oliveira, assegurou que o cliente nunca participou de qualquer movimento ou pagamento de propina.
A defesa explicou que o Rubens Oliveira atua na área de consultoria empresarial e que foi contratado, por curto período, por Gustavo Gaspar, com quem manteve relacionamento exclusivamente profissional. Ainda de acordo com a defesa, Rubens Oliveira negou conhecer o senador Weverton. Weverton e Gustavo Gaspar não se manifestaram diante dos questionamentos.
O senador Weverton é responsável pela indicação de diretor do INSS que facilitou fraudes, segundo revelação do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
André Fidelis foi responsável por assinar convênios com entidades que efetuaram descontos de ao menos R$ 142 milhões só em 2024. O ex-diretor de Benefícios do INSS também é suspeito de receber propinas de R$ 1,4 milhão por parte de Antonio Antunes (O Careca do INSS).
Classificação Indicativa: Livre
