Política

Sindicato investigado na farra do INSS se defende sobre suposta “caixinha” para dirigentes

© Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Sindicato nega irregularidades e afirma que a empresa contratada atuou dentro da legalidade, defendendo sua transparência  |   BNews Natal - Divulgação © Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

[email protected]

Publicado em 01/09/2025, às 13h39



Uma investigação divulgada pelo portal Metrópoles apontou que o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) teria se beneficiado de descontos em aposentadorias para favorecer dirigentes e familiares da entidade. 

Os documentos citados na reportagem indicam repasses de R$ 4,1 milhões por meio da empresa Gestora Eficiente LTDA, ligada a parentes de integrantes da direção sindical.

Segundo a publicação, os pagamentos faziam parte do esquema conhecido como “Farra do INSS” e beneficiaram nomes como Daugliesi Giacomasi Souza, esposa do presidente Milton “Cavalo” Baptista de Souza, e Carlos Afonso Galleti Junior, marido da diretora jurídica Tonia Andrea Inocentini Galleti. A advogada também é citada como peça importante no processo de filiações.

A reportagem ainda relata que, entre 2020 e 2024, a arrecadação do sindicato com descontos teria saltado de R$ 23 milhões para R$ 154,7 milhões, um crescimento de 563,9%. Parte desse aumento estaria ligada a uma parceria com o banco Bmg e a rede de correspondentes Help!, responsáveis pela maioria das novas adesões.

Contestação do Sindnapi

O sindicato reagiu de forma imediata e classificou o conteúdo como inverídico e difamatório. Em nota oficial, a entidade afirmou que sempre teve histórico de combate a fraudes contra aposentados e pensionistas e negou qualquer envolvimento com irregularidades.

De acordo com a defesa, a Gestora Eficiente foi contratada dentro da legalidade e com aprovação em ata de diretoria. A empresa seria responsável apenas por organizar planilhas financeiras, armazenar fichas de filiação e apoiar auditorias no âmbito do Projeto Viver Melhor, que oferecia benefícios como seguro de vida, auxílio funeral e medicamentos gratuitos.

O sindicato ressaltou ainda que, após a Operação Sem Desconto, a intermediação foi suspensa e, desde então, reclamações de filiados passaram a ser tratadas diretamente pelo aplicativo Meu INSS.

© INSS/Divulgação

Nota, na íntegra, do Sindnapi e seus dirigentes 

A empresa Gestora Eficiente foi contratada pelo Sidnapi para, entre outras atividades, fazer a interface de relacionamento com a corretora CMG, encarregada da captação de associados através do Projeto Viver Melhor, um amplo programa de benefícios exclusivos tais como seguro de vida, auxílio funeral, prêmios em dinheiro, assistência residencial e remédios gratuitos, entre outros.

A função da empresa Gestora Eficiente foi promover o projeto Viver Melhor, desenvolvendo atividades como o atendimento dos interessados em se associar ao Sindnapi, elaboração de planilhas financeiras resultantes dessa operação, comprovação e armazenamento das fichas de filiação e apoio em auditorias. 

Essas atividades foram importantes para garantir a segurança e transparência no processo de filiação. Portanto, o trabalho desenvolvido pela Gestora Eficiente em nada feriu a boa governança nem trouxe qualquer prejuízo ao Sindnapi, considerando, inclusive, que a sua contratação teve a aprovação da diretoria devidamente registrada em ata, como determina a lei. 

Em consequência da suspensão do desconto associativo a partir da Operação Sem Desconto, essas atividades foram paralisadas. 

O Sindnapi tem muito respeito com os seus associados. Tanto que não existe nenhuma reclamação pendente contra o sindicato no site Reclame Aqui. Todas tiveram a devida resposta. 

Cabe ressaltar que desde a suspensão do desconto associativo, a contestação é feita diretamente pelo aplicativo Meu INSS. 

Defesa de Tonia Galleti

A advogada Tonia Andrea Inocentini Galleti, citada nominalmente na reportagem, também contestou as informações. Ela afirma não ocupar cargo diretivo no Sindnapi, atuando apenas como coordenadora do departamento jurídico, e garantiu que os valores recebidos se referem a honorários profissionais, sem qualquer relação com irregularidades.

Outro ponto de contestação foi o uso do termo “caixinha”, classificado pela advogada como expressão que atribui ilegalidade sem fundamento. Tonia destacou que foi nomeada para o Conselho Nacional de Previdência Social em 2021, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e reconduzida em 2023, afastando qualquer vínculo político com a gestão atual.

Sobre a menção a Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, a advogada negou manter relação de amizade, como sugerido pela publicação. Ela defendeu sua trajetória profissional como herdeira do legado do pai, João Batista Inocentini, e ressaltou que sua atuação sempre foi em defesa de aposentados e pensionistas.

Nota, na íntegra, de Tonia Andrea Inocentini Galleti

Tonia Andrea Inocentini Galleti não é Diretora Jurídica do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) e não poderia ocupar o cargo, uma vez que não é idosa nem pensionista. Em verdade, a Notificante presta serviços jurídicos ao Sindnapi, na condição de advogada e coordenadora do departamento jurídico

Os valores recebidos pela Notificante são honorários profissionais e têm origem no seu trabalho. O termo “caixinha” é impróprio e dá contornos de suposta irregularidade e/ou informalidade, atraindo infundada suspeita acerca de sua atuação. 

A Notificante foi nomeada ao Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2021, sendo reconduzida em 2023. Logo, sua nomeação não possui qualquer vinculação com o atual Governo Federal. 

A Notificante não foi procurada pela Revista Oeste, tendo sua imagem exposta e seu nome vinculado à informação inverídica de que receberia “comissões toda vez que um aposentado tinha seu benefício do INSS descontado pela entidade”.

A atuação de Tonia, bem como os valores recebidos em razão de sua condição de conselheira no Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), possuem origem lícita, a despeito da matéria tratar de forma incriminadora.

Sua relação com o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) não é de amizade, como supõem a foto e o texto da matéria.

Tonia carrega o legado de seu pai, João Batista Inocentini, de forma cidadã e participativa, o que é motivo de orgulho. Sendo assim, os descontos irregulares praticados por meio de fraudes à autorização de aposentados e idosos não possuem qualquer relação com a sua pessoa.

Pelo contrário, como é sabido, na condição de Conselheira do CNPS, Tonia foi a primeira a denunciar as más práticas contra o melhor interesse da população idosa e dos aposentados.

Classificação Indicativa: Livre

Facebook Twitter WhatsApp


Whatsapp floating

Receba as notificações pelo Whatsapp

Quero me cadastrar Close whatsapp floating