Política
Publicado em 08/10/2025, às 15h11 © Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil Giovana Gurgel
O União Brasil decidiu nesta quarta-feira, 8, afastar o ministro do Turismo, Celso Sabino, das funções que exercia na direção nacional do partido.
A medida, aprovada durante reunião da executiva nacional, terá validade de até 60 dias, período em que será concluído o processo interno que pode levar à expulsão definitiva do ministro.
O afastamento implica que Sabino deixa de participar das deliberações do diretório e da executiva nacional. Apenas ele votou contra a própria exclusão das funções.
O ministro é alvo de processo aberto no último dia 30, acusado de descumprir orientações do partido, incluindo a determinação para que filiados deixassem cargos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva até 19 de setembro, caracterizada como infidelidade partidária.
Além do processo por descumprimento de orientações, Sabino responde a outro procedimento interno que pede intervenção no diretório estadual do União Brasil no Pará, atualmente sob sua direção.
A executiva nacional determinou que o comando do diretório será substituído e definirá novo responsável.
Após o afastamento, o ministro criticou a decisão do partido, classificando-a como “equivocada e açodada”. Ele destacou que continuará buscando diálogo com o Conselho de Ética para sensibilizar os membros sobre a condução do processo durante o período eleitoral.
Sabino também ironizou o governador de Goiás e vice-presidente nacional da sigla, Ronaldo Caiado, afirmando que responderá às críticas quando houver resultados eleitorais.
Mesmo com o afastamento do União Brasil, Sabino afirmou que permanecerá no Ministério do Turismo até o prazo de desincompatibilização em abril de 2026, visando concorrer ao Senado pelo Pará.
“Pelo bem do turismo, pela realização da COP30 e pelo povo do Pará, vou permanecer no governo. Tenho confiança do presidente Lula e apoio da maior parte da bancada”, declarou.
Na véspera, Sabino se reuniu com o relator do processo e outros integrantes da direção nacional para tentar garantir sua permanência até a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro de 2025, em Belém.
O ministro também contestou a rapidez da tramitação do processo e considerou a medida injusta, reafirmando seu compromisso com as ações do ministério.