Política
Publicado em 04/08/2025, às 14h22 © Antônio Cruz/Agência Brasil Giovana Gurgel
O Congresso Nacional retoma oficialmente os trabalhos nesta semana, com a oposição buscando protagonismo ao tentar avançar com a proposta de anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
O tema, que divide o Parlamento, ainda não foi pautado na Câmara nem ganhou tração no Senado, onde também seguem estagnados mais de 25 pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A anistia e o afastamento de Moraes seguem como principais bandeiras do PL e de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente após a imposição de sanções pelos Estados Unidos a ministros do STF.
Família Bolsonaro e direita
Parlamentares como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) defendem uma anistia ampla, que beneficiaria inclusive o pai, hoje inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral.
Mesmo com movimentações nas redes sociais, como a contabilidade de votos divulgada por Nikolas Ferreira (PL-MG) para pressionar senadores, a oposição ainda está distante dos 54 votos necessários para emplacar um impeachment. A cúpula do Congresso, por sua vez, tem resistido à pressão.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), barrou reuniões informais do PL durante o recesso, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reafirmou o compromisso com a separação dos Poderes.
Contextos
Enquanto isso, o centrão adota cautela. Sem aderir ao discurso mais radical de bolsonaristas, muitos parlamentares priorizaram articulações em suas bases durante o recesso.
Uma comitiva mista de senadores, incluindo nomes da oposição, como Marcos Pontes (PL-SP), viajou aos Estados Unidos para tratar das tarifas sobre o aço brasileiro, mas evitou críticas ao governo Lula ou ao STF, priorizando o tom institucional.
Com a volta dos trabalhos, também deve avançar a discussão sobre a reforma do Imposto de Renda, tema que interessa ao Planalto e ao Congresso e que pode encontrar maior consenso entre as bancadas.