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Publicado em 17/09/2025, às 12h29 Reprodução/Freepik Giovana Gurgel
O Setembro Amarelo reforça que a saúde mental deixou de ser um tema periférico e se consolidou como fator estratégico nas organizações. Segundo José Pedro Fernandes, vice-presidente global da SISQUAL WFM, empresa responsável por otimizar a força de trabalho, cuidar do bem-estar psicológico não é apenas uma responsabilidade individual, mas parte central da gestão corporativa moderna.
Ele explica que o ritmo acelerado do mercado, a hiperconectividade e a sobreposição entre vida pessoal e profissional estão transformando o que significa trabalhar de forma saudável.
Fernandes alerta para os números preocupantes: em 2024, o Brasil registrou mais de 472 mil afastamentos por transtornos de ansiedade e depressão, um aumento de 68% em relação a 2023, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social.
"O impacto no ambiente corporativo é evidente", disse, "colaboradores com saúde mental comprometida apresentam maior absenteísmo, menor engajamento e queda na produtividade".
Para ele, a solução exige abordagens estruturadas para prevenir e gerenciar riscos psicológicos. "Não podemos esperar que os problemas se instalem para agir", alerta.
Fernandes destaca que as soluções de Workforce Management (WFM) são ferramentas essenciais para apoiar a saúde mental.
"Elas ajudam a organizar jornadas de trabalho de forma equilibrada, garantindo pausas adequadas e evitando sobrecarga", explica, ressaltando que essa organização preventiva pode reduzir fatores que afetam a saúde psicológica dos colaboradores.
Ele também aponta que essas tecnologias vão além da rotina operacional. "É possível analisar a disponibilidade e o equilíbrio entre demandas e recursos, identificar sobrecargas e ajustar prioridades, promovendo uma cultura de cuidado que conecta produtividade e bem-estar", afirma.
A comunicação entre gestores e equipes também melhora com o uso dessas ferramentas.
"Com aplicativos que permitem visualizar horários, solicitar trocas de turnos, férias e folgas, os colaboradores passam a participar ativamente do planejamento de suas jornadas, aumentando o engajamento e o sentimento de pertencimento", explica Fernandes.
Apesar dos benefícios tecnológicos, Fernandes lembra que nenhuma ferramenta substitui escuta ativa, empatia e liderança humanizada.
"Quando combinadas com políticas claras de bem-estar, elas potencializam resultados e criam ambientes de trabalho mais saudáveis, inclusivos e resilientes", afirma.
Segundo ele, empresas que conseguem integrar cultura, tecnologia e liderança estão mais preparadas não apenas para reduzir afastamentos e custos, mas também para atrair e reter talentos, inovar continuamente e construir um diferencial competitivo sustentável.
Fernandes reforça que o Setembro Amarelo é um alerta para que a saúde mental seja parte integrante da estratégia organizacional, e não apenas uma reação a crises.
"Empresas que transformam dados em ações concretas protegem o bem-estar dos colaboradores, constroem equipes engajadas e fortalecem culturas corporativas mais humanas", conclui.