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É possível usar a IA sem abrir mão da criatividade; saiba como

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Estudos mostram que a confiança excessiva na IA pode levar à aceitação acrítica de informações e comprometer a autonomia intelectual  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 15/09/2025, às 13h07



O Brasil figura entre os países com maior adesão a ferramentas de inteligência artificial, segundo levantamento da Bain & Company. Sessenta por cento dos brasileiros já tiveram contato com GenAI, 80% desses a usam para fins pessoais, 57% consultam a tecnologia diariamente, em média por 30 minutos.

Esse uso massivo expõe um paradoxo, a rapidez em adotar recursos digitais convive com risco de dependência, e especialistas apontam para impactos cognitivos em profissionais que delegam rotinas mentais à máquina.

Para profissionais e empresas, a questão central é como preservar autonomia intelectual sem abrir mão da eficiência que a IA promete.

Dependência sob lupa

Pesquisas acadêmicas revelam sinais de alerta, um estudo publicado na revista Societies indica que a dependência da IA pode enfraquecer o pensamento crítico, pois usuários frequentes tendem a transferir tarefas mentais à ferramenta em vez de analisar por conta própria.

Outro levantamento, da Conversion, mostra que 62% dos usuários confiam muito ou totalmente nas respostas geradas por IA, o que amplia o risco de aceitação acrítica de informações.

Surpreendentemente, o ganho de velocidade nem sempre se confirma na prática, o grupo METR verificou que, em tarefas de projetos open source, a presença de apoio de IA ampliou o prazo de conclusão em 19% em testes com desenvolvedores experientes.

especialista Emanuela Ramos

Quando a promessa vira obstáculo

Diante desses achados, Emanuela Ramos, Chief of Growth da Nava, resume a recomendação, a IA deve ser aliada, não substituta. Para ela, é fundamental manter espaços de reflexão, leitura e troca de ideias que a tecnologia não substitui.

Conectar intuição, experiência e conhecimento humano continua sendo a base da criatividade e da saúde cognitiva, por isso a estratégia é integrar ferramentas sem abdicar do pensamento próprio.

A seguir, as orientações práticas indicadas pela especialista para profissionais que querem usar IA com responsabilidade.

Práticas para não virar refém

1- Defina limites de uso, utilize a IA para organizar informações, gerar rascunhos ou acelerar tarefas operacionais, preserve etapas que exigem análise, julgamento crítico e raciocínio próprio, garantindo que decisões relevantes não dependam exclusivamente da ferramenta.

2- Exercite o pensamento crítico, não aceite respostas prontas sem questionamento, cheque informações, compare fontes e complemente conteúdos com sua experiência prática, essa postura reforça autonomia intelectual e evita interpretações superficiais.

3- Valorize trocas humanas, mantenha espaços de diálogo com colegas, mentorias, grupos de estudo e networking presencial, interações humanas estimulam criatividade, ampliam perspectivas e desenvolvem habilidades socioemocionais que a tecnologia não reproduz.

Emanuela alerta, se delegarmos constantemente decisões e análises à IA, corremos o risco de enfraquecer nosso senso crítico e capacidade de raciocínio, a saída é cultivar uma relação sem codependência com a tecnologia, assim profissionais permanecem reconhecidos por sua competência.

Classificação Indicativa: Livre

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