Política
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (13) que o Brasil é, “em muitas coisas, muito mais” democrático do que os Estados Unidos. A declaração foi feita na abertura da 4ª Conferência Nacional de Economia Popular e Solidária (Conaes).
Lula destacou que, se a invasão ao Capitólio tivesse ocorrido no Brasil, Donald Trump estaria sendo julgado no país.
“Isso é um mau exemplo para a humanidade. Durante muitas décadas, os EUA tentaram se apresentar como país mais democrático e de mais oportunidades. E, agora, ele tem esse comportamento inexplicável e totalmente inaceitável”, afirmou.
O presidente brasileiro ainda lembrou do passado histórico, citando o golpe de 1964, e disse que o Brasil “até perdoa” os EUA por seu envolvimento naquele período.
Lula afirmou que a decisão de Trump de cassar os vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não condiz com a postura esperada de um presidente americano.
O petista ressaltou que o Brasil tem buscado negociar com o mundo, mas que não encontra interlocutores para o diálogo. Ele afirmou que o governo federal continuará promovendo políticas públicas e engajamento da sociedade, sem permitir o retorno de “tranqueiras”, referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, citado na carta de Trump.
“Apresentaram um relatório dizendo que nós não respeitamos os direitos humanos porque estamos perseguindo o ex-presidente. E que o ministro da Suprema Corte que está julgando é um ditador. Não é possível que ele não conheça nossa Constituição”, disse Lula.
O presidente destacou que essas ações dos EUA são preocupantes e prejudicam o multilateralismo. “Essas coisas que me deixam pasmo. Estamos precisando viver em tempos de paz. Ele está tentando destruir o multilateralismo”, completou.
Lula reforçou que o Brasil seguirá um caminho democrático, defendendo o Estado de Direito e o engajamento internacional, mesmo diante de tensões com os Estados Unidos.
Classificação Indicativa: Livre