Política
Publicado em 21/07/2025, às 13h54 BNews Natal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (21) que o Brasil não vai abandonar a mesa de negociações com os Estados Unidos, mesmo com o risco de um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros exportados para o país norte-americano.
O ministro confirmou que o governo Lula já trabalha com cenários de impacto e prepara planos de contingência.
“O Brasil não vai sair da mesa de negociação. A orientação do presidente Lula é clara: manter o diálogo, não dar motivos para sanções e defender o interesse nacional com firmeza”, disse Haddad em entrevista à Rádio CBN.
De acordo com o ministro, uma nova carta foi enviada ao governo dos Estados Unidos na semana passada, em complemento à primeira, enviada em maio, mas ainda sem resposta. “Podemos chegar ao dia 1º de agosto sem resposta? Sim, é um dos cenários com os quais estamos trabalhando”, alertou.
Governo monta plano de contingência
Enquanto aguarda uma resposta oficial dos EUA, o governo brasileiro se articula internamente. Haddad revelou que um grupo de trabalho formado por membros da Fazenda, do Itamaraty e da vice-presidência prepara uma série de propostas para lidar com o impacto das tarifas.
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Entre elas, estão medidas de apoio direto aos setores prejudicados e até o uso da chamada lei da reciprocidade.
O ministro fez questão de ressaltar que o plano de contingência não necessariamente envolverá novos gastos públicos.
Haddad critica ligação entre Trump e Bolsonaro
Para Haddad, a decisão dos EUA de aumentar as tarifas em até 50% sobre produtos brasileiros tem motivações que vão além da economia.
O ministro apontou que, embora vários países estejam sendo afetados por medidas protecionistas, o Brasil tem uma “particularidade”: a relação direta entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e Donald Trump.
“É um momento que exige unidade nacional. Mas há uma força política interna que, em vez de defender o Brasil, age contra seus próprios interesses”, afirmou.
Haddad ainda questionou a mudança repentina do governo norte-americano: “Estive com o secretário do Tesouro há dois meses e ele se mostrava aberto a discutir até a redução da tarifa de 10%. Agora, acordamos com a notícia de que será 50%. O que mudou nesse meio tempo?”
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