Política

Clima de tensão em Brasília; STF vira fortaleza antes de julgamento histórico

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Medidas incluem monitoramento avançado e restrições a manifestações nas proximidades do STF em Brasília  |   BNews Natal - Divulgação © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 01/09/2025, às 14h19



O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (1º) um esquema especial de segurança no entorno de sua sede, em Brasília, às vésperas do julgamento da trama golpista que teria tentado manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

A medida envolve reforço policial, monitoramento com tecnologia avançada e restrições a manifestações nas proximidades da Praça dos Três Poderes.

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) mobilizou efetivo extra de homens e viaturas, que permanecerá de prontidão até pelo menos 12 de setembro, prazo previsto para o encerramento da análise do caso.

Também foi criada uma Célula Presencial Integrada de Inteligência, funcionando dentro da Secretaria de Segurança Pública do DF. O grupo reúne órgãos locais e nacionais para vigiar redes sociais e movimentos na capital, a fim de agir preventivamente diante de possíveis incidentes.

O julgamento, considerado o mais aguardado do ano, é centrado em Bolsonaro e outros sete réus, entre militares e civis, apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsáveis por uma tentativa de ruptura democrática.

O ex-presidente, em prisão domiciliar por decisão do relator Alexandre de Moraes, só poderá comparecer ao plenário com autorização judicial.


Risco de ações isoladas preocupa autoridades

A partir desta terça-feira (2), os arredores do STF passam a contar com um esquema integrado entre a Polícia Judicial Federal e a SSP-DF. Aglomerações e acampamentos nas proximidades estão proibidos.

A segurança inclui monitoramento de quem circula pela Praça dos Três Poderes, abordagens e revistas de mochilas e bolsas. Drones de imagem térmica realizarão varreduras diurnas e noturnas para identificar movimentos suspeitos.

Entre as principais preocupações está a possibilidade de ações individuais de apoiadores do ex-presidente. Apesar da proibição de manifestações, a expectativa é de grande fluxo na região central de Brasília, já que mais de três mil pessoas se inscreveram para acompanhar o julgamento presencialmente.

Jornalistas também devem lotar a área, com 501 credenciados, entre brasileiros e estrangeiros.

Os demais réus, todos ligados ao núcleo mais próximo de Bolsonaro, têm direito de presença em plenário. Eles respondem por cinco crimes, que incluem golpe de Estado, associação criminosa armada e dano qualificado, com penas que podem ultrapassar os 40 anos de prisão.


Segurança vai impactar eventos da semana da Pátria

Apesar do clima de vigilância, não estão previstas interdições na Esplanada dos Ministérios ao longo da semana, exceto para o desfile de 7 de setembro. Nesse dia, haverá bloqueios a partir das 17h do dia 6 na altura da Catedral de Brasília e às 23h na alça leste, após a Rodoviária do Plano Piloto.

O acesso do público estará liberado a partir das 6h, mas com rígidas restrições: será proibida a entrada de armas, objetos cortantes, substâncias inflamáveis, garrafas de vidro, fogos de artifício, mochilas grandes, barracas e drones não autorizados.

Desde agosto, o STF intensificou preparativos para o julgamento. Trinta agentes da Polícia Judiciária foram deslocados de diferentes estados para reforçar a segurança. Alguns deles dormem dentro do tribunal em alojamentos improvisados, para garantir resposta imediata em caso de emergência.

Além disso, o prédio do Supremo e as residências dos ministros da Primeira Turma já passaram por diversas varreduras. O grupo que julgará o caso é composto por Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

Classificação Indicativa: Livre

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