Polícia

Postos ligados ao Corinthians aparecem em operação bilionária contra o PCC

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Três postos licenciados do Corinthians estão sob investigação por lavagem de dinheiro ligada ao PCC, segundo a Operação Carbono Oculto  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Google Maps
BNews Natal

por BNews Natal

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Publicado em 07/10/2025, às 14h50



Três postos de combustíveis licenciados para uso da marca Corinthians pertencem a investigados pela Operação Carbono Oculto, que apura um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

Embora o clube não seja citado no processo, as empresas envolvidas usavam o nome e símbolos do time sob contrato de licenciamento.

Esquema de lavagem bilionário

A investigação aponta que o grupo criminoso movimentou cerca de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, com o pagamento de apenas R$ 90 milhões em impostos. A Operação Carbono Oculto identificou aproximadamente 1.200 postos de gasolina participantes do esquema em todo o país.

Mandados de busca, prisão e apreensão foram cumpridos em oito estados, incluindo São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro.

Segundo o Gaeco do Ministério Público de São Paulo, o crime começava com a importação irregular de metanol pelo Porto de Paranaguá.

O produto, que deveria abastecer indústrias químicas e de biodiesel, era desviado para postos de combustíveis controlados por operadores ligados ao PCC.

Reprodução/Receita Federal

Postos do “Timão” sob suspeita

Dois dos estabelecimentos ligados ao clube, situados nas avenidas Líder e São Miguel, em São Paulo, pertencem a Luiz Ernesto Franco Monegatto. Ele teve bens e veículos bloqueados pela Justiça durante a operação, deflagrada em 28 de agosto.

Um dos postos, registrado na Receita Federal como AUTO POSTO TIMÃO LTDA., apresenta divergência cadastral na ANP, onde consta como AUTO POSTO MEGA LÍDER LTDA.

Outro posto licenciado com o nome do Corinthians, localizado na Avenida Padre Estanislau de Campos, também apresenta dados conflitantes.

A ANP registra como sócios a GGX Global Participações e Himad Abdallah Mourad, enquanto na Receita Federal aparece o nome de Pedro Furtado Gouveia Neto ao lado da GGX Global.

Reprodução/Receita Federal

Nomes e conexões com o PCC

A GGX Global é apontada como parte do grupo comandado por Mohamad Hussein Mourad, tido como o principal articulador do esquema de fraudes e lavagem de capitais.

O empresário é ligado a uma rede de transportadoras, fundos de investimento e empresas de fachada.

Himad Abdallah Mourad, primo de Mohamad, é descrito pela Justiça como figura central no esquema e criador da Insight Participações S/A, usada para ocultar patrimônio e movimentar recursos ilícitos.

Pedro Furtado Gouveia Neto, associado ao clã Mourad, também é citado como representante de empresas envolvidas.

O Ministério Público afirma que vários donos de postos venderam seus negócios a membros da facção e, em alguns casos, foram ameaçados de morte ao cobrarem os pagamentos.

Reprodução/Receita Federal

Posição do Corinthians e medidas da ANP

Em nota, o Corinthians esclareceu que não administra os postos de combustíveis e apenas concedeu licença para uso da marca. O clube disse acompanhar o andamento das investigações e avaliar medidas jurídicas cabíveis.

A Agência Nacional do Petróleo informou que empresas com divergências cadastrais têm até 30 dias para regularizar as informações, sob risco de processo administrativo e perda da autorização.

As defesas de Himad Abdallah Mourad e Pedro Furtado Gouveia Neto não foram localizadas até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

Reprodução/Receita Federal

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