Negócios
O Rio Grande do Norte sentiu em cheio o impacto do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. Apenas um mês após a medida anunciada por Donald Trump, as exportações potiguares para o mercado norte-americano despencaram 74% entre julho e agosto deste ano.
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as vendas para os EUA caíram de US$ 6,25 milhões para apenas US$ 1,62 milhão. O tombo afetou setores tradicionais da pauta exportadora do estado, como pescado e sal, pilares da economia potiguar.
A retração com os Estados Unidos foi determinante para arrastar para baixo toda a balança comercial potiguar. No mesmo intervalo, as exportações gerais do estado desabaram 62,5%, passando de US$ 62,25 milhões para US$ 23,32 milhões.
Na comparação com agosto de 2024, o resultado de agosto de 2025 foi ainda mais negativo: uma queda de 79,9%. Já as importações também apresentaram redução, de US$ 37,36 milhões em julho para US$ 29,90 milhões em agosto, o que representa retração de 20%.
Com esse desempenho, o déficit comercial do Rio Grande do Norte atingiu US$ 6,6 milhões em agosto. A corrente de comércio do estado, que soma exportações e importações, fechou em US$ 53,2 milhões, o que significa queda de 70,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O resultado expõe a fragilidade do comércio exterior potiguar diante das oscilações políticas e tarifárias no cenário internacional, especialmente quando o principal parceiro comercial impõe barreiras.
Além dos Estados Unidos, outros destinos importantes também reduziram suas compras. As exportações para a China, segundo maior parceiro do estado, caíram 15,6%. Portugal, Países Baixos, Colômbia e Espanha seguiram a mesma tendência, registrando recuos expressivos entre julho e agosto.
Com a perda de espaço em mercados estratégicos, especialistas avaliam que o Rio Grande do Norte terá dificuldades para recuperar rapidamente os níveis de exportação anteriores ao tarifaço.
A expectativa é de que o governo busque alternativas comerciais para reduzir a dependência dos EUA e diversificar os destinos dos produtos potiguares.
Enquanto isso, produtores e exportadores locais já sentem os efeitos da retração, que pode se refletir em toda a cadeia econômica do estado.
Classificação Indicativa: Livre