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Super safra dos EUA derruba preços e coloca produtor brasileiro de milho em alerta

Divulgação Céleres
O USDA projeta colheita recorde, mas preços globais permanecem pressionados, afetando diretamente os produtores brasileiros  |   BNews Natal - Divulgação Divulgação Céleres
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 22/08/2025, às 13h15



O mercado internacional do milho vive um cenário de pressão que tende a impactar diretamente os produtores brasileiros. Dados recentes do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetam produtividade média de 188,8 bushels por acre e colheita de 16,742 bilhões de bushels, o que equivale a 425,3 milhões de toneladas do grão.

Além disso, os estoques finais norte-americanos devem alcançar 53,8 milhões de toneladas, fator que mantém os preços globais sob forte pressão.

Para Enilson Nogueira, analista da Céleres Consultoria, o quadro indica que as cotações internacionais devem seguir apertadas ao longo do semestre. Ele alerta que 2026 será mais um ano em que o produtor terá de priorizar estratégias de margem e gestão eficiente para enfrentar a concorrência e a queda nos preços.

Enilson Nogueira, analista de mercado da Céleres Consultoria - Divulgação Céleres

Desafios internos e externos

No Brasil, produtores já se movimentam no planejamento da safra de verão e, principalmente, da safra de inverno 2025/26. Segundo Nogueira, a eficiência operacional e a assertividade na gestão são elementos centrais.

Produzir mais com menos, negociar insumos com inteligência e adotar boas estratégias de comercialização serão diferenciais para quem busca rentabilidade.

O analista destaca também que fatores internos adicionam complexidade ao cenário. Entre eles, a elevação dos juros, que encarece o crédito rural, e o câmbio, que oscila na faixa de R$ 5,40 a R$ 5,50 por dólar. Embora ainda assegure competitividade às exportações, uma eventual valorização do real pode reduzir margens e exigir cautela nas vendas.

Eficiência como estratégia central

Para atravessar esse período de margens comprimidas, a palavra-chave, segundo Nogueira, é eficiência. Ele ressalta que justamente em momentos de preços desfavoráveis é preciso intensificar o uso de tecnologias, buscar ganhos de produtividade e adotar pacotes tecnológicos mais estratégicos.

“Produzir mais com menos” resume o desafio colocado aos produtores brasileiros de milho para o próximo ciclo. A aposta é que quem souber se posicionar melhor do ponto de vista produtivo e comercial terá condições de enfrentar as pressões do mercado e garantir sustentabilidade ao negócio.

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