Política
O ministro Luís Roberto Barroso comunicou nesta quinta-feira (9) que vai se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio foi feito ao final da sessão da Corte, em um momento marcado por emoção.
Com a voz embargada e algumas pausas para beber água, Barroso disse estar preparado para esse capítulo. “Sinto que agora é hora de seguir outros rumos, que nem sei se estão definidos”, afirmou, acrescentando que pretende aproveitar mais a vida pessoal, incluindo momentos dedicados à literatura e à poesia.
Ele já revelou planos de lançar um livro de memórias e investir em estudos acadêmicos, deixando claro que a decisão não tem relação com a conjuntura política atual. “Nada tem a ver com qualquer fato da conjuntura atual. Há cerca de dois anos comuniquei o presidente da República dessa intenção”, disse.
Durante os últimos dois anos, Barroso presidiu o STF, cargo que deixou na semana passada para o ministro Edson Fachin. Ele enfatizou que sua saída não significa arrependimento das decisões tomadas ao longo da trajetória no tribunal.
“Todos nós aqui julgamos causas difíceis, complexas, com interesses múltiplos. Procurei fazer o melhor em cada situação e não carrego arrependimentos”, disse. O ministro ressaltou que sua aposentadoria será uma oportunidade de viver com menos obrigações públicas e mais foco em interesses pessoais.
Barroso também aproveitou a ocasião para reforçar a importância da defesa das instituições democráticas. Ele lembrou os ataques recentes contra o STF e afirmou que a história reconhecerá os esforços dos ministros na proteção da democracia.
O futuro de Barroso fora do Supremo já vinha sendo especulado, já que ele poderia permanecer na Corte até 2033, quando completará 75 anos, limite de idade no funcionalismo público. No entanto, optou por antecipar a aposentadoria, abrindo caminho para novos projetos pessoais e literários.
A decisão marca o encerramento de uma fase importante da carreira de Barroso, que deixa o STF com reputação consolidada por decisões emblemáticas e pela defesa da independência do tribunal.
O ministro Edson Fachin, que assumiu recentemente a presidência da Corte, destacou a relevância do legado de Barroso e afirmou que o STF seguirá firme em suas atribuições constitucionais.
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