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Tecnologia, propósito e novas formas de liderar transformam o agronegócio, avalia especialista

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Desafios de liderar equipes multigeracionais no agronegócio exigem adaptação e construção de confiança. Equipes multigeracionais exigem adaptação  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 13/08/2025, às 12h29



A transformação digital no campo, o convívio de diferentes gerações nas equipes e a necessidade de liderar com propósito estão mudando a forma de conduzir pessoas e negócios no agronegócio.

A avaliação é de Camilo Ramos, mestre em Administração e CEO do Grupo Piccin, que conta sobre os desafios de liderar no setor em um momento de inovação acelerada.

Para ele, comandar hoje exige mais do que conhecimento técnico ou habilidade de gestão.

“A liderança precisa de visão, escuta, coerência e, principalmente, propósito. Cargo não define o líder, a responsabilidade sim”, afirma.

Ramos lembra que sua própria trajetória começou cedo, ajudando no comércio da família ainda criança. “Ali aprendi que trabalho tem valor, mesmo sem holofote. Essas experiências foram sementes de uma liderança construída todos os dias, não apenas em cargos de chefia”.

O executivo defende que a inquietação e a busca por compreender o “por quê” por trás do “como” são características essenciais para propor melhorias e desafiar o óbvio. “Essa mentalidade de aprendizado contínuo deve nortear qualquer líder hoje”, reforça.

Camilo Ramos, CEO da Piccin - Reprodução/Assessoria

Tecnologia como meio, não como fim

Camilo Ramos destaca que a tecnologia transformou o agronegócio, com inovações como inteligência artificial, sensoriamento remoto, conectividade no campo e sistemas de predição. No entanto, ele alerta para a importância de manter o foco no propósito.

“A tecnologia amplia capacidades, qualifica decisões e potencializa resultados, mas sempre a serviço de algo maior. Dados são abundantes, mas discernimento continua raro”.

Para o CEO, a inovação deve respeitar o tempo do produtor e a realidade do campo, entregando soluções tangíveis. “Não é uma corrida por performance vazia. É preciso responsabilidade para transformar tecnologia em valor real”, observa.

Liderar gerações diferentes e sustentar o propósito

Outro desafio, segundo Ramos, é conduzir equipes que podem reunir três ou quatro gerações, cada uma com repertório e ritmos distintos.

“Os mais experientes trazem solidez, os mais jovens trazem velocidade. Cabe ao líder criar pontes e garantir convergência em torno da estratégia”, explica. Para isso, escuta ativa, adaptação de linguagem e construção de confiança se tornam mais importantes que fórmulas prontas.

O executivo também reforça que o propósito é a base que sustenta qualquer liderança. “Resultados vêm e vão. Tecnologias mudam, processos evoluem. O que permanece é o propósito, que transforma colaboradores em times, fornecedores em parceiros e clientes em relações de confiança”, diz.

Para Ramos, o agronegócio é um setor naturalmente resiliente, que exige liderança viva, conectada ao presente e comprometida com o futuro. “Liderar hoje é gerar valor com responsabilidade, tomar decisões com propósito e transformar desafios em caminhos. É um processo contínuo, nunca um ponto final”, conclui.

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