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Crise do aluguel: inadimplência repete recorde e ameaça orçamento das famílias brasileiras

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Taxa de inadimplência em aluguéis se mantém em 3,76%, refletindo a pressão financeira sobre as famílias  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 29/09/2025, às 13h13



A inadimplência no pagamento de aluguéis atingiu novamente o patamar mais alto dos últimos 14 meses. O índice, que já havia registrado 3,76% em julho, manteve o mesmo percentual em agosto, sinalizando uma estabilidade preocupante para o mercado locatício.

Em comparação com agosto de 2024, quando estava em 3,12%, a alta chega a 20,5%. Os dados são do Índice de Inadimplência Locatícia (IIL) da Superlógica, plataforma especializada em soluções financeiras e tecnológicas para o setor imobiliário.

Segundo Manoel Gonçalves, diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica, a manutenção da taxa em dois meses consecutivos demonstra que o problema persiste.

“Apesar de não haver aumento, o patamar é alto e reflete o aperto no orçamento das famílias. É preciso acompanhar a inflação e os juros, já que esses fatores impactam diretamente”, afirma.

Faixas de aluguel em destaque

Os dados revelam que os extremos do mercado sofrem mais com a inadimplência. Nos imóveis residenciais de alto padrão, com aluguel acima de R$ 13.000, a taxa chegou a 7,02% em agosto, após marcar 6,02% em julho.

Já entre as locações residenciais de até R$ 1.000, houve crescimento de 6,14% para 6,32%. As faixas intermediárias, entre R$ 2.000 e R$ 5.000, ficaram próximas de 2,35%, apontando maior estabilidade.

No setor comercial, os contratos mais baratos também concentram os maiores índices de atraso. Aluguéis de até R$ 1.000 passaram de 7,98% em julho para 8,41% em agosto, enquanto os de R$ 2.000 a R$ 3.000 registraram a menor taxa, com 4,42%.

Diferenças por tipo de imóvel

O levantamento mostra ainda que apartamentos apresentaram queda na inadimplência, caindo de 2,73% em julho para 2,58% em agosto. Já as casas tiveram alta, passando de 4,02% para 4,27%. Entre os imóveis comerciais, o índice também subiu, de 5,03% para 5,20%.

Para Gonçalves, os números comprovam que os problemas se concentram nos extremos do mercado.

“As faixas de menor e maior valor de aluguel enfrentam os maiores desafios, enquanto os segmentos intermediários mostram maior equilíbrio entre renda e despesas dos locatários”, explica.

Nordeste lidera ranking nacional

Regionalmente, o Nordeste segue na liderança, com 4,94% de inadimplência em agosto, levemente acima dos 4,91% de julho. O Norte aparece em segundo lugar, com 4,64%, seguido pelo Centro-Oeste, que registrou queda de 0,78 ponto percentual e ficou em 3,90%.

O Sudeste marcou 3,62%, enquanto o Sul apresentou o menor índice do país, com 3,31%, apesar de também ter registrado aumento no último mês.

Como funciona o índice

O IIL da Superlógica é elaborado a partir de dados de mais de 900 mil clientes em todo o Brasil. A metodologia considera o valor do aluguel, o tipo de imóvel e sua localização.

São contabilizados como inadimplentes aqueles boletos não pagos por mais de 60 dias ou quitados após esse prazo. Todas as informações são anonimizadas, impossibilitando a identificação individual dos locatários.

Classificação Indicativa: Livre

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