Cidades

Analfabetismo ainda assusta no RN e idosos voltam às salas de aula para mudar de vida

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Taxa de analfabetismo no RN é quase o dobro da média nacional, com 10,4% da população sem saber ler ou escrever  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Assessoria
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 08/09/2025, às 13h01



O Rio Grande do Norte apresenta uma taxa de analfabetismo bem acima da média nacional, segundo dados da PNAD Contínua/IBGE de 2024. Enquanto o Brasil registra 5,3%, o estado alcança 10,4%.

Entre idosos, a situação é ainda mais preocupante: 27,8% das pessoas com mais de 60 anos não sabem ler ou escrever. O alerta ganha força nesta segunda-feira (8), Dia Mundial da Alfabetização, data que reforça os desafios da educação para todas as idades.

Histórias que inspiram

Aos 73 anos, Iraci Benedita decidiu retomar os estudos depois de uma infância sem acesso à escola. Hoje, é aluna do Programa de Alfabetização e Letramento de Jovens e Adultos, realizado pela Estácio em parceria com o Instituto Yduqs. “Antes eu dependia dos outros até para ler um letreiro de ônibus. Agora já consigo ler sozinha e até mexer no celular, coisa que eu tinha medo de fazer”, conta.

História parecida é a de José Wilson, de 45 anos, que precisou abandonar os estudos para trabalhar com manutenção hidráulica. Ele conheceu o programa pela televisão e se inscreveu sem hesitar. “Eu sabia muito pouco, errava para escrever coisas simples. Hoje, já finalizei os dois módulos e estou fazendo um reforço a mais”, relata.

Para José, o aprendizado trouxe mais do que leitura e escrita, trouxe confiança.

“As professoras orientam a gente a criar o hábito da leitura. Antes eu não tinha isso. Hoje eu indico para qualquer pessoa que tenha a mesma dificuldade que eu tinha”, diz.

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Mais do que aprender a ler

Segundo a pedagoga Jeanne Maciel, coordenadora do projeto em Natal há seis anos, o objetivo vai além do conhecimento formal. “Esses alunos buscam, sobretudo, autonomia. Querem pegar um ônibus sozinhos, preencher uma ficha em um posto de saúde ou tirar a carteira de motorista. A cada conquista, eles ganham confiança para viver plenamente a cidadania”, explica.

Jeanne reforça que, especialmente para os alunos da meia e terceira idade, o impacto é decisivo. “O programa vem para facilitar a vida de quem deseja transformar sua história, aprender, buscar novos caminhos ou até outros cursos. É, acima de tudo, uma transformação de vidas, como diz o lema da instituição: educar para transformar”, afirma.

Claudia Romano, presidente do Instituto Yduqs e vice-presidente do Grupo Educacional Yduqs, destaca o compromisso da iniciativa.

“Nosso programa de alfabetização oferece a oportunidade de reacender os sonhos de muitas pessoas. Queremos ampliar cada vez mais o alcance para levar aprendizagem a quem mais precisa”.

Um compromisso de futuro

Criado em 2018, o Programa de Alfabetização e Letramento já formou mais de 2 mil alunos em unidades da Estácio e Wyden em todo o país. Com metodologia acessível e material didático adaptado, a iniciativa garante suporte pedagógico contínuo e gratuito.

A proposta é voltada para jovens e adultos que não concluíram a alfabetização na idade regular, buscando unir o aprendizado da leitura e da escrita com o fortalecimento da cidadania.

Como parte desse compromisso, o Instituto Yduqs anunciou que abrirá em breve novas inscrições para turmas de 2026, ampliando o alcance de uma educação transformadora que continua mudando histórias em todo o Brasil.

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