Política
Publicado em 09/09/2025, às 17h17 Ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF) - Pedro França/Agência Senado José Nilton Jr.
Nesta terça-feira (9), o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros réus acusados de tramar um golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022. Agora, o placar está em 2 a 0 pela condenação, restando ainda os votos dos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Caso Fux acompanhe os votos dos colegas, o tribunal formará maioria para responsabilizar Bolsonaro e seus aliados pelos atos descritos na denúncia.
Assim como o relator Alexandre de Moraes, Flávio Dino considerou o ex-presidente Jair Bolsonaro culpado pelos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR):
tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
tentativa de golpe de Estado;
participação em organização criminosa armada;
destruição qualificada;
dano ao patrimônio protegido.
O ministro destacou que Bolsonaro e o ex-ministro Walter Braga Netto exerceram papel de comando e liderança dentro da organização criminosa, motivo pelo qual, de acordo com ele, devem receber penas mais severas.
Por outro lado, Dino considerou que os ex-ministros Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, tiveram participação de “menor relevância”. Por isso, na visão do magistrado, as penas para eles devem ser mais brandas.
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Em relação à Ramagem, o ministro levou em conta a decisão da Câmara dos Deputados de suspender a ação penal, já parcialmente confirmada pela Primeira Turma do STF.
Ainda assim, votou pela condenação do parlamentar por três crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada.
O julgamento segue sendo realizado nesta quarta-feira (10) com o voto do ministro Luiz Fux.
Se também optar pela condenação, o STF formará maioria pela responsabilização criminal do ex-presidente e de parte de sua cúpula militar e política.