Política

Moraes afirma que golpe de Estado de Bolsonaro já estava em execução desde 2021

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - Gustavo Moreno/STF
Ao declarar seu voto, Alexandre de Moraes apontou pelo menos 13 ações concretas que evidenciam a existência de uma organização criminosa golpista  |   BNews Natal - Divulgação Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) - Gustavo Moreno/STF
José Nilton Jr.

por José Nilton Jr.

Publicado em 09/09/2025, às 13h13



Nesta terça-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes disse que a tentativa de golpe de Estado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder já está demonstrada. De acordo com Moraes, agora, é dever do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliar se os outros réus estão ou não implicados no esquema.

Ao declarar seu voto, o ministro do STF apontou pelo menos 13 ações concretas que evidenciam a existência de uma organização criminosa golpista que agiu de maneira planejada e estruturada.

“Formou-se uma sequência criminosa coerente visando os resultados almejados pela organização”, afirmou.

Bolsonaro como líder do plano

Moraes também destacou que o ex-presidente Jair Bolsonaro iniciou a execução do golpe ainda em 2021, por meio de reuniões com ministros, lives, entrevistas e discursos, incluindo o pronunciamento realizado no dia 7 de setembro do ano em questão. 

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De acordo com o ministro, o objetivo era “limitar e anular, sob grave ameaça, o Poder Judiciário, especialmente o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para eliminar o sistema de freios e contrapesos entre os Poderes”.

Em relação ao discurso de 7 de setembro, Bolsonaro afirmou ao público que deixaria o cargo “morto ou preso”, mas jamais seria preso. “O chefe do grupo criminoso deixa claro, de forma aberta, que nunca aceitaria uma derrota democrática”, pontuou Moraes.

Provas e estrutura criminosa

Moraes ainda apresentou evidências que, de acordo com ele, comprovam a execução do golpe ainda em 2021, com “unidade de propósitos” e “divisão de tarefas”. Entre elas estão anotações do general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, e dados encontrados no celular de Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.

O ministro também falou sobre o uso ilegal da estrutura da Abin para monitorar adversários políticos. “O objetivo era atacar a Justiça Eleitoral e a legitimidade das urnas, sem nunca apresentar provas concretas de fraude”, disse.

Para ele, as ameaças feitas por Bolsonaro e aliados não se tratavam de “conversa de bar”. “Isso é um presidente da República, no Dia da Independência, incitando milhares contra o Supremo e contra um ministro do tribunal”, concluiu.

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