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Publicado em 16/09/2025, às 14h48 Reprodução/Freepik Giovana Gurgel
O UNICEF atingiu um marco histórico com a nova edição do Selo UNICEF (2025-2028), que conta com a adesão de 2.266 municípios de 18 estados, a maior participação nos 26 anos do programa.
Para conquistar a certificação, as cidades precisam melhorar indicadores de saúde, educação, proteção social, saneamento, água e higiene voltados a crianças e adolescentes.
O programa, que já mobilizou mais de 2 mil municípios desde sua criação, atinge cerca de 17 milhões de crianças e adolescentes nos estados participantes, incluindo regiões da Amazônia Legal e do Semiárido Brasileiro. Dez estados registraram adesão total: Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O Selo UNICEF é gratuito e voluntário. Durante quatro anos, o programa oferece metodologia para implementação de estratégias fundamentais à garantia dos direitos da infância e adolescência, incluindo Busca Ativa Escolar, imunização e proteção contra violências. Ao final do ciclo, em 2028, os municípios certificados serão divulgados oficialmente.
Uma das prioridades da nova edição é assegurar que políticas públicas alcancem crianças indígenas, quilombolas e negras, com um Resultado Sistêmico exclusivo de Equidade Étnico-Racial. Segundo dados do Censo de 2022, os 18 estados participantes somam 523.525 crianças indígenas e 358.727 quilombolas de 0 a 17 anos.
Meninas e meninos dessas comunidades ainda enfrentam desigualdades significativas no acesso à educação, saúde e proteção social. Muitas vezes os serviços públicos chegam de forma precária ou nem chegam, reforçando a necessidade de políticas estruturadas.
“Iniciamos a nova edição com entusiasmo pelo expressivo engajamento dos municípios no Selo UNICEF. Esperamos continuar avançando com resultados concretos para meninas e meninos”, afirma Joaquin Gonzalez-Aleman, representante do UNICEF no Brasil.
Apesar dos progressos, o país ainda registra 993 mil crianças e adolescentes de 4 a 17 anos fora da escola, segundo a PNAD Contínua 2024. Na faixa de 0 a 3 anos, 60% das crianças estão fora da creche, abaixo da meta do Plano Nacional de Educação (PNE) de 50% até 2024.
A exclusão escolar tem forte componente racial: 67% das crianças fora da escola são pretas, pardas ou indígenas. O relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil – 2017 a 2023” aponta que 28,8 milhões de crianças e adolescentes vivem na pobreza, ainda que tenha havido redução em relação aos 34,3 milhões de 2017.
As desigualdades persistem entre raças: crianças negras enfrentam taxa de pobreza de 63,6%, enquanto crianças brancas apresentam 45,2%. O levantamento considera Educação, Trabalho Infantil, Moradia, Água, Saneamento, Renda e Informação, mostrando que o caminho para uma infância segura e saudável ainda é longo.
A edição 2021-2024 do Selo UNICEF mostrou resultados positivos: cobertura vacinal da Tríplice Viral aumentou 17,7% nos municípios certificados, enquanto a média nacional subiu apenas 2,6%. O abandono escolar caiu 47% nas cidades certificadas, acima da média nacional de 38%.
O combate às violências contra crianças e adolescentes também avançou: registros no Sistema de Informação para Infância e Adolescência (Sipia) saltaram de 1.775 para 109.947 nos municípios certificados, mais de 60 vezes, enquanto a média nacional cresceu cinco vezes. A ação garante visibilidade a casos antes invisibilizados.
O Selo UNICEF depende do engajamento de prefeitos, gestores, técnicos, Conselhos Tutelares, colegiados de defesa de direitos, lideranças juvenis e sociedade civil. O programa conta com apoio de parceiros como Grupo Profarma, Equatorial Energia, Rumo, Vale, Fundação Vale e RD Saúde.
O Selo UNICEF, um dos maiores programas de promoção dos direitos de crianças e adolescentes do Brasil, já impactou positivamente milhões de meninas e meninos em todo o país.
Desde sua criação, mais de 2 mil municípios participaram, mostrando que políticas públicas estruturadas e monitoramento constante podem gerar resultados concretos.
Municípios certificados superam a média nacional em saúde, educação e proteção social, mostrando que investimento em infância é sinônimo de desenvolvimento. A adesão de 2.266 cidades em 2025 evidencia que, mesmo diante de desigualdades históricas, é possível avançar em direção a uma infância mais segura, inclusiva e justa.
Para conferir os municípios cearenses certificados na última edição: Selo UNICEF – Municípios certificados