Política
Publicado em 16/07/2025, às 14h01 BNews Natal
O Brasil voltou a figurar entre as 20 nações com maior número de crianças sem nenhuma vacina, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (15) pelo Unicef e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados se referem ao ano de 2024 e mostram um retrocesso em relação ao período anterior.
O país havia saído da lista em 2023, após avanços na cobertura vacinal. Com a piora registrada no último ano, passou a ocupar a 17ª posição mundial.
Mais de 229 mil crianças não receberam nenhuma dose
Em 2024, cerca de 229 mil crianças brasileiras não tomaram sequer a primeira dose da vacina DTP, também chamada tríplice bacteriana e aplicada no Brasil como vacina pentavalente pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). O imunizante protege contra difteria, tétano e coqueluche e é considerado um dos principais indicadores de acesso à imunização de rotina.
O número mais que dobrou em comparação com 2023, quando 103 mil crianças estavam nessa situação. A ausência da primeira dose caracteriza a chamada “zero dose”, que indica que a criança não recebeu qualquer vacina.
Na América Latina, apenas o México apresentou número absoluto maior, com 341 mil crianças sem vacinação no ano passado. No ranking global, o Brasil ficou atrás de países como Mianmar, Costa do Marfim e Camarões.
Cenário mundial mostra avanços tímidos e desigualdades
No mundo, 89% das crianças (115 milhões) receberam ao menos uma dose da DTP em 2024, e 85% (109 milhões) completaram o esquema de três doses. Os dados representam avanços modestos em relação a 2023, quando 171 mil crianças a menos haviam sido vacinadas parcialmente e 1 milhão a menos haviam concluído as três aplicações.
Apesar do progresso, 14,3 milhões de crianças permanecem completamente sem vacina, e outras 5,7 milhões não terminaram o esquema vacinal. Nenhuma das 17 vacinas monitoradas pela OMS alcançou a meta mínima de 90% de cobertura.
A agência destacou que a baixa imunização está ligada a fatores como falhas na oferta de serviços, desigualdades regionais, conflitos armados, instabilidade política e desinformação sobre vacinas.
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