Carro elétrico de US$ 7 mil vira febre no Japão e supera vendas da Toyota

Pequeno, barato e com um só assento, o Mibot, da startup japonesa KG Motors, está redefinindo o mercado de veículos elétricos no Japão. Com 3.300 unidades já vendidas antecipadamente, o modelo superou os números de EVs da Toyota no país em 2024.

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Com apenas 1,5 metro de altura, o Mibot tem espaço para um único passageiro, autonomia de 100 km, velocidade máxima de 60 km/h e recarga em cinco horas. Criado para atender regiões rurais e vias estreitas do Japão, o carro será produzido a partir de outubro numa fábrica próxima a Hiroshima.

Seu preço atrativo de US$ 7 mil é metade do valor do Sakura, elétrico mais popular do Japão, fabricado pela Nissan.

Japão ainda resiste aos elétricos

Apesar da tendência global, o Japão ainda adota os EVs em ritmo lento: só 3,5% das vendas de carros em 2023 foram elétricos — bem abaixo da média mundial de 18%. A Toyota, maior montadora do mundo, vendeu cerca de 2 mil EVs em solo japonês no último ano.

O fundador da KG Motors, Kazunari Kusunoki, aposta em carros menores e mais simples para preencher lacunas deixadas pelas grandes montadoras: “As ruas são pequenas e o transporte público está se deteriorando, principalmente em áreas rurais. Há uma demanda real por veículos compactos”.

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Estratégia enxuta, produção ambiciosa

A primeira entrega de 300 unidades será feita até meados de 2026, e o plano é distribuir mais 3 mil carros nos anos seguintes. A produção inicial deve operar no prejuízo, mas a meta é atingir o ponto de equilíbrio com o segundo lote. A KG Motors projeta fabricar até 10 mil unidades por ano.

O Mibot tem construção simples — essencialmente uma bateria, um motor e poucos circuitos eletrônicos — o que mantém os custos baixos.

Marketing direto com DNA digital

Kusunoki, que também é criador de conteúdo no YouTube, tem investido em vídeos mostrando o carro em uso real. Os testes foram projetados para provar que o Mibot cumpre as exigências de segurança do Japão.

A estratégia da KG Motors não é competir com SUVs ou sedãs elétricos, mas entregar mobilidade básica com eficiência, preço justo e design funcional. E, até agora, parece que o plano está funcionando.