Apesar de não conter açúcar nem calorias, o consumo frequente de refrigerantes zero pode trazer sérios riscos à saúde. A avaliação é da nutricionista Eva Andrade, professora da Estácio, que alerta para os efeitos do uso constante dessas bebidas, associados a alterações metabólicas, erosão dentária e maior desejo por doces.
De acordo com a especialista, a presença de adoçantes artificiais, acidificação do meio bucal e gástrico, além de corantes, conservantes e sódio, tornam os refrigerantes zero menos inofensivos do que parecem.
“O consumo deve ser eventual, pois os efeitos cumulativos podem comprometer a saúde a longo prazo”, explica.
Entre os possíveis impactos, Andrade cita reações alérgicas ligadas a corantes artificiais, riscos de hipertensão associados ao excesso de sódio e a possibilidade de formação de compostos tóxicos em contato com conservantes como o benzoato de sódio.
Brasil está entre os maiores consumidores do mundo
O alerta da nutricionista ganha relevância diante do cenário nacional. O Brasil está entre os dez maiores consumidores de refrigerante do planeta, segundo o instituto de pesquisa de mercado Euromonitor International. O hábito preocupa especialistas, especialmente diante do aumento da obesidade e de doenças crônicas.
No caso da versão zero, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também chama atenção para os riscos do uso prolongado de adoçantes artificiais. Estudos indicam que, além de não contribuírem para a perda de peso, eles podem estar associados a maior risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e até mortalidade em adultos.
Esse conjunto de fatores reforça a necessidade de cautela, já que muitas pessoas acreditam que estão fazendo uma escolha saudável ao optar pela versão sem açúcar e calorias.
Alternativas e opções menos nocivas
Apesar das críticas, alguns refrigerantes zero podem ser menos prejudiciais. Os de sabor limão, por exemplo, não contêm corantes e têm fórmulas mais simples, com cerca de seis ingredientes. Ainda assim, segundo Andrade, não devem ser consumidos diariamente.
“A água e as bebidas naturais devem ser as principais fontes de hidratação”, recomenda.
A nutricionista sugere alternativas mais seguras e nutritivas, como água com gás e limão ou hortelã, chás gelados de hibisco ou chá verde, águas saborizadas com frutas, gengibre ou pepino, além da kombucha sem adição de açúcar.
“O refrigerante zero deve ser apenas uma escolha eventual. Quanto mais natural e variada for a hidratação, melhores serão os efeitos para a saúde”, conclui.