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O Brasil virou delas: mulheres dominam os lares e mudam dinâmica de poderes; entenda

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Pesquisa da FGV revela que 52% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, refletindo uma mudança social significativa  |   BNews Natal - Divulgação Reprodução/Freepik
Giovana Gurgel

por Giovana Gurgel

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Publicado em 04/08/2025, às 14h31



Mais da metade dos lares no Brasil já são chefiados por mulheres. Uma pesquisa inédita encomendada pelo Fantástico à Fundação Getúlio Vargas (FGV), com base em dados do IBGE, revela que mais de 41 milhões de domicílios têm agora uma mulher como principal provedora. O dado consolida uma virada social e econômica que vem sendo desenhada há anos.

Segundo a análise conduzida pela pesquisadora Janaína Feijó, de cada cem lares brasileiros, 52 são liderados por mulheres. Esse novo retrato tem cor, escolaridade e endereço: a maioria dessas chefes de família se declara preta ou parda, possui ensino médio ou superior incompleto e vive em grandes metrópoles do Sudeste.

Muitas dessas mulheres chegaram à universidade, ainda que nem todas tenham concluído o curso. A mudança, segundo o estudo, está ligada ao aumento da educação feminina, à atuação de programas sociais que as colocam no centro das políticas públicas e a transformações econômicas mais amplas.

Menos filhos, mais renda

Outro fator que colabora para esse cenário é a queda na taxa de fecundidade. Com menos filhos, cresce o tempo disponível para se dedicar ao trabalho, o que também impacta positivamente na renda. Um perfil em expansão é o das mulheres casadas sem filhos, grupo que passou de quase 2 milhões para mais de 6 milhões em 12 anos.

Ainda assim, ser chefe de família no Brasil significa lidar com múltiplas responsabilidades. A sobrecarga é uma realidade constante, agravada por desigualdades de gênero que persistem no mercado de trabalho. Essas mulheres enfrentam maior desemprego, recebem salários menores para funções iguais e estão mais expostas à informalidade do que os homens.

Desafios exigem políticas concretas

Para Janaína Feijó, é urgente criar políticas públicas eficazes e sensíveis às diferentes realidades regionais. A historiadora Mary Del Priore reforça que a educação da mulher brasileira deveria ser encarada como o maior projeto nacional. Uma mulher formada e autossuficiente, segundo ela, constrói o entorno necessário para uma sociedade mais justa e saudável.

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