Geral
O comércio eletrônico brasileiro deve movimentar R$ 224,7 bilhões em 2025, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), um crescimento de 10% em relação a 2024.
Serão 435 milhões de pedidos e 94 milhões de consumidores navegando pelas vitrines virtuais. Mas o avanço também atrai um risco crescente: o aumento das fraudes digitais.
As chamadas “temporadas quentes” do varejo, como Black Friday, Cyber Monday e Natal, movimentam a economia, mas também se tornam terreno fértil para golpes. Em 2024, só até o meio-dia do sábado após a Black Friday, a ConfiNeotrust e a ClearSale registraram 17,8 mil tentativas de fraude, avaliadas em R$ 27,6 milhões.
O ticket médio dos golpes chegou a R$ 1.550,66, mais que o triplo do valor de uma compra legítima.
Games, informática e instrumentos musicais lideraram a lista de produtos visados. Apesar da queda de 22% no valor total dos golpes em comparação com o ano anterior, especialistas reforçam: os criminosos estão cada vez mais sofisticados.
Na mesma Black Friday, o PIX bateu recorde histórico. O Banco Central registrou alta de 120,7% nas transações em um único dia, com movimentação de R$ 130 bilhões. A velocidade impressiona, mas também aumenta a vulnerabilidade.
Problemas como lentidão, instabilidade e falhas de segurança abrem espaço para fraudadores. Esses incidentes não afetam apenas o bolso, mas também a confiança dos consumidores.
Segundo estudo da PwC, 55% dos clientes evitam comprar novamente de empresas que oferecem uma experiência negativa, e 8% desistem da compra após apenas um incidente desfavorável.
“Segurança digital não é uma etapa final. É um processo contínuo que começa antes da primeira linha de código”, alerta Wagner Elias, CEO da Conviso, referência em segurança de aplicações (AppSec).
Wagner Elias, CEO da Conviso
O mercado de segurança de aplicações deve movimentar US$ 25 bilhões até 2029, de acordo com a Mordor Intelligence. O objetivo é mapear falhas antes que sejam exploradas. Elias compara com a construção de uma casa:
“Você não espera ser invadido para depois instalar fechaduras. Antecipar riscos é essencial”.
Uma das soluções disponíveis é o selo Site Blindado, agora integrado à Conviso. Ele certifica desde lojas virtuais que necessitam de proteção básica até aquelas que exigem padrões rigorosos, como a certificação PCI-DSS, destinada a operações com cartões de crédito.
O investimento traz retorno. A Visa bloqueou 270% mais fraudes em 2024 em relação ao ano anterior, após aplicar mais de US$ 11 bilhões em segurança e tecnologia nos últimos cinco anos.
Inteligência artificial, machine learning e análise de comportamento em tempo real se tornaram aliados fundamentais.
Para Elias, a prevenção deve ser compartilhada entre empresas e clientes. Plataformas precisam garantir ambientes blindados, enquanto consumidores devem estar atentos aos sinais de risco.
Adotar segurança já no desenvolvimento dos sistemas
Realizar testes de penetração (pentests) frequentes
Integrar ferramentas de proteção ao DevOps
Treinar equipes de tecnologia com foco em boas práticas
Criar uma cultura em que segurança seja rotina
Desconfiar de promoções “boas demais para serem verdade”
Checar se o site é confiável (https, selos, CNPJ)
Priorizar plataformas e aplicativos conhecidos
Evitar links recebidos por e-mail ou redes sociais
Ativar a autenticação em dois fatores sempre que possível
“Enquanto o consumidor aprende a reconhecer sinais de risco, cabe às empresas oferecer ambientes blindados. É essa combinação que sustenta a confiança e mantém o mercado saudável”, conclui o CEO da Conviso.
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