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'Careca do INSS' prestará depoimento à CPI nesta segunda após decisão do STF tornar presença facultativa

CPI busca esclarecimentos sobre fraudes no INSS - Reprodução
Após ser dispensado, Careca do INSS decidiu comparecer à CPI  |   BNews Natal - Divulgação CPI busca esclarecimentos sobre fraudes no INSS - Reprodução
Gabi Fernandes

por Gabi Fernandes

Publicado em 14/09/2025, às 15h26



Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", vai depor nesta segunda-feira (15), às 16h, à CPI mista do Congresso Nacional que investiga um suposto esquema bilionário de fraudes em aposentadorias e pensões no INSS. A informação foi confirmada à imprensa neste domingo (14).

Antunes havia sido dispensado da oitiva após decisão do ministro André Mendonça, do STF (Supremo Tribunal Federal), que na última sexta-feira (13) tornou facultativa a presença de investigados à comissão. A mesma decisão também se aplica a Maurício Camisotti, apontado como sócio oculto de uma das entidades beneficiadas pelas fraudes e que tem depoimento marcado para quinta-feira (18).

Voltou atrás

Inicialmente, Lopes havia afirmado que seu cliente não compareceria, mas voltou atrás. “Ele quer falar”, declarou, sem antecipar o conteúdo das respostas. “Ele vai responder às perguntas.”

Antunes é apontado pela Polícia Federal como um dos principais operadores do esquema que gerou um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões a aposentados e pensionistas. A investigação aponta que ele recebeu R$ 53,58 milhões de entidades associativas e empresas intermediárias. Parte desse valor, cerca de R$ 9,32 milhões, teria sido repassada a servidores públicos e empresas ligadas à cúpula do INSS.

Apelidado nos relatórios policiais como o “epicentro da corrupção ativa”, Antunes foi preso preventivamente na sexta-feira (12), ao lado de Camisotti, por ordem de Mendonça. A operação também incluiu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal.

Justificativa da prisão

A Polícia Federal justificou a ação como necessária para evitar obstrução das investigações, dilapidação de patrimônio e interferência por parte dos investigados. Segundo a apuração, os descontos indevidos em aposentadorias e pensões financiavam associações e entidades privadas com atuação duvidosa.

Apesar das acusações, o advogado de Antunes defendeu que seu cliente não tinha conhecimento de qualquer irregularidade.

“Essa narrativa de que ele era operador é uma bizarrice. As associações captavam os associados, se tinha fraude ele não tinha como saber”, afirmou Lopes.

Insatisfatórios

A CPI tenta ganhar fôlego após depoimentos considerados pouco produtivos de figuras-chave como o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) e o ex-presidente do INSS Armed Mohamad Oliveira (ex-José Carlos Oliveira). Parlamentares ouvidos pela Folha afirmam que ambos trouxeram poucas novidades ao inquérito.

Para o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), os depoimentos de Antunes e Camisotti são cruciais para o avanço das investigações. “É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu”, disse. Ele também afirmou que, caso necessário, pedirá ao STF que reconsidere a dispensa dos dois investigados.

O depoimento de Camisotti, marcado para quinta-feira (18), ainda não foi confirmado. Pessoas próximas afirmam que a tendência, até o momento, é de que ele não compareça. Em nota, a defesa de Camisotti classificou a prisão como arbitrária e informou que adotará todas as medidas legais para revertê-la.

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