Política

Direita lidera intenções de voto em Natal, aponta pesquisa

A pesquisa revela que a polarização entre Lula e Bolsonaro continua, com Jair Bolsonaro liderando as intenções em Natal  |  Com 18,6% das intenções de voto, Allyson Bezerra se destaca entre os candidatos ao governo do Estado, seguido por Rogério Marinho. - Divulgação

Publicado em 21/05/2025, às 09h35   Com 18,6% das intenções de voto, Allyson Bezerra se destaca entre os candidatos ao governo do Estado, seguido por Rogério Marinho. - Divulgação   Dani Oliveira

A mais recente pesquisa EXATUS/AGORA RN, divulgada no último sábado (17), reforçou a força da direita no eleitorado natalense. Segundo o levantamento, feito apenas em Natal, os principais nomes citados para as disputas do Governo do Estado e do Senado Federal possuem identidade política claramente vinculada a esse espectro ideológico.

A sondagem revela que, tanto nas intenções de voto quanto na autodeclaração ideológica dos entrevistados, a direita supera a esquerda em Natal.

Segundo os dados, 30,35% dos eleitores da capital potiguar se identificam como de direita ou centro direita, enquanto 26,68% se declaram de esquerda ou centro esquerda. Outros 15,42% se colocam como de centro, e 27,54% não sabem ou não quiseram responder.

Esse ambiente é refletido na composição das lideranças políticas mais citadas nas pesquisas de intenção de voto. Na disputa para o governo, Allyson Bezerra (União), Rogério Marinho (PL) e Álvaro Dias (Republicanos) — todos com posições assumidas como direita ou centro-direita — ocupam as primeiras colocações.

Na sondagem estimulada para governador, o nome mais lembrado é o do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União), com 18,6% das intenções de voto. Em segundo lugar aparece o senador Rogério Marinho (PL), com 17,38%, seguido pelo ex-prefeito de Natal Álvaro Dias (Republicanos), que registra 15,18%. Allyson tem buscado uma imagem de gestor pragmático e moderado, próximo ao centro-direita. Já Rogério e Álvaro carregam discursos mais alinhados à direita e ao bolsonarismo.

Do lado do campo progressista, os principais nomes aparecem mais atrás na corrida eleitoral. A governadora Fátima Bezerra (PT), que é pré-candidata ao Senado, possui ampla rejeição em Natal, conforme apontado em outra sondagem Exatus. Sua desaprovação na capital é de 67,69%, enquanto apenas 25,58% aprovam sua gestão. Já o presidente Lula, do mesmo partido, tem 53,73% de desaprovação e 38,8% de aprovação entre os natalenses.

No cenário federal, a polarização também se acentua. Quando perguntados sobre uma eventual disputa presidencial entre Lula e Jair Bolsonaro, o ex-presidente obtém 40,02% das intenções de voto em Natal, contra 36,11% de Lula. A diferença, embora dentro da margem de erro, aponta para um ambiente favorável ao bolsonarismo na capital.

Outro dado importante revelado pela pesquisa é a avaliação da gestão do prefeito Paulinho Freire (União Brasil), que administra a cidade desde o início de 2025. Com apenas cinco meses de mandato, Paulinho já alcança 51,77% de aprovação. Os que desaprovam a gestão municipal são 30,23%. Os números consolidam Paulinho como um nome forte na articulação política local e indicam um eleitorado simpático à continuidade de um projeto mais à direita.

O avanço da direita em Natal é reflexo de um movimento nacional que também se manifestou fortemente nas eleições de 2018 e 2022, e que parece persistir no cenário pré-eleitoral de 2026. A presença de três nomes ligados ao campo conservador no topo das intenções de voto para o governo do Estado confirma essa tendência e cria um ambiente desafiador para as forças progressistas reverterem a correlação de forças na capital potiguar.

A consolidação desse perfil ideológico em Natal deve pautar as articulações políticas nos próximos meses. Partidos e lideranças buscam alianças e estratégias que se conectem com o sentimento majoritário da população, e o campo da direita, com múltiplas opções competitivas, aparece até agora mais bem posicionado no tabuleiro eleitoral.

O levantamento do Instituto Exatus, publicado no último sábado, foi realizado entre os dias 13 e 15 de maio, ouvindo 817 eleitores em Natal. A margem de erro é de 3,43 pontos percentuais, para mais ou menos, com intervalo de confiança de 95%.

Coronel Hélio cresce como opção conservadora ao Senado em Natal
Embora o senador Styvenson Valentim (PSDB) lidere as intenções de voto ao Senado em Natal, com 33,9% na primeira opção de voto, a grande surpresa da pesquisa EXATUS está no desempenho de Coronel Hélio Oliveira (PL), que desponta como nome competitivo no segundo voto. Com 4,16% das menções na primeira opção, Hélio chega a 8,2% no segundo voto, se consolidando como alternativa bolsonarista mais direta entre os quatro nomes testados.

Enquanto a governadora Fátima Bezerra (PT) e a senadora Zenaide Maia (PSD), ambas da base do governo Lula, apareçam logo atrás de Styvenson no primeiro voto, elas perdem fôlego no segundo voto. A petista, por exemplo, desce de 14,69% para 9,06%, e Zenaide cai de 13,1% para 10,28%. Styvenson mantém praticamente o mesmo patamar nas duas opções de voto. Hélio, no entanto, é o único que cresce — um indicativo de que há espaço para uma candidatura conservadora pura subir entre o eleitorado antipetista, que busca uma segunda opção confiável.

Militar da reserva, ex-candidato a prefeito de Natal em 2020 e ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, Coronel Hélio tem atuado com discrição, mas possui forte identificação com o público conservador. Seu nome é frequentemente mencionado como opção de renovação dentro do bolsonarismo no RN, especialmente se contar com o apoio declarado de Styvenson, com quem compartilha pautas como combate à corrupção, segurança pública e defesa de valores tradicionais.

A ascensão de Hélio no segundo voto revela uma movimentação silenciosa, mas consistente, do eleitorado de direita em Natal. Num cenário em que o bolsonarismo permanece com forte presença na capital e onde a rejeição ao PT é alta, o coronel pode ocupar um espaço importante no vácuo de uma segunda vaga ao Senado. A depender das articulações políticas e de como o cenário se consolidar nos próximos meses, Hélio pode se tornar o candidato que reúne o apoio do núcleo duro da direita e do eleitor descontente com os nomes tradicionais.

A pesquisa também mostra que os eleitores de direita têm maior clareza sobre suas preferências e demonstram coesão ao migrar seu voto dentro do mesmo campo ideológico. Enquanto isso, os nomes ligados ao governo enfrentam dificuldade em manter competitividade no segundo voto, o que reforça a tese de que a segunda vaga ao Senado em 2026 poderá ser definida entre os conservadores.

A disputa segue aberta, mas o avanço de Coronel Hélio entre os nomes mais lembrados e sua progressão no segundo voto sinalizam que ele não pode mais ser tratado como coadjuvante no cenário eleitoral.

 

 

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