Polícia
Publicado em 25/05/2025, às 09h08 O encontro em Brasília reuniu autoridades de 11 países para discutir estratégias de combate a organizações criminosas transnacionais. - Divulgação Dani Oliveira
Uma em cada três notificações feitas pela Interpol na América do Sul é relacionada ao crime organizado. O dado foi revelado pelo diretor-geral da organização internacional, Valdecy Urquiza
Os avisos são solicitações de cooperação ou alerta que permite que as polícias dos países membros da Interpol compartilhem informações relacionadas a crimes. São nove tipos de alerta, usados para situações diferentes, desde pessoas foragidas, como o caso de Tuta, até para encontrar desaparecidos. Atualmente, 71 brasileiros estão na lista vermelha da Interpol.
Na última quinta-feira (22), Brasília recebeu autoridades policiais de onze países sul-americanos para participar da quarta Reunião da Interpol para Chefes de Polícia da América do Sul.
O encontro serviu para reforçar os acordos de cooperação no continente e formar uma frente única de combate a organizações criminosas transnacionais. Há uma semana, a cooperação internacional permitiu a prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, considerado o número dois do PCC (Primeiro Comando da Capital).
As ameaças que desafiam a nossa sociedade atual estão cada vez mais sofisticadas, perigosas e globais. As organizações criminosas nascidas nesta região têm expandido seus alcances, infiltrando-se em novas rotas, desafiando nossas fronteiras e afetando comunidades inteiras”, afirmou Urquiza.
Durante o evento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou que o Brasil tem dado prioridade à integração policial com outros países.
“O êxito no combate ao crime organizado transnacional exige a união de nossos esforços e recursos. No âmbito policial, isso significa a integração de ações conjuntas de inteligência, doutrina, equipamentos, tecnologia e operações”, afirmou o ministro.
Prisão de membro do PCC exemplifica cooperação internacional
Um exemplo recente da eficácia dessa cooperação na América do Sul foi a prisão do membro do PCC Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta.
O traficante foi detido em 16 de maio em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, ao tentar renovar uma identidade falsa. Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, uma inconsistência nos documentos apresentados levou os agentes a coletar dados biométricos e faciais do investigado.
Com essas informações, a PF cruzou os dados em sistemas internacionais e internos, identificando o criminoso.
Temos aproximadamente 45 milhões de dados biométricos que nos permitiram, com essas imagens, inserir nos nossos bancos, fazer o cruzamento e, simultaneamente com a Interpol, realizar esse match”, explicou Rodrigues.
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