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Publicado em 16/09/2025, às 13h09 Reprodução/Freepik Giovana Gurgel
A inteligência artificial deixou de ser promessa e já começa a mudar práticas em diferentes áreas, incluindo a saúde e a alimentação. No campo da Nutrição, especialistas afirmam que a tecnologia não veio para substituir profissionais, mas para potencializar sua atuação, garantindo mais precisão, rapidez e personalização no atendimento.
Segundo Renata Ikeda Machado, fundadora e CEO da Fitlab, startup pioneira no uso de IA para planos alimentares, a inovação representa uma aliada estratégica.
“O nutricionista define as diretrizes e a IA processa as variáveis com agilidade, gerando sugestões assertivas e respeitando a individualidade de cada pessoa”, explica.
A Fitlab atua justamente nesse ponto de interseção entre ciência nutricional e tecnologia, utilizando algoritmos para automatizar cálculos de planos alimentares e facilitar o acompanhamento diário dos pacientes.
Além da agilidade, a tecnologia traz ganhos de qualidade. Com a automatização de tarefas operacionais, o nutricionista pode dedicar maior atenção à escuta, à orientação e à criação de vínculos com o paciente.
“A humanização não é perdida, ela é reforçada. A IA cuida da operação, o profissional cuida da pessoa”, destaca Renata.
Esse equilíbrio é visto como essencial para que a Nutrição avance de forma ética e responsável. Afinal, como toda inovação disruptiva, a inteligência artificial provoca questionamentos e exige novos pactos sociais. A preocupação com os impactos e a observância de princípios éticos são pontos centrais no debate.
A aceitação da tecnologia cresce à medida que resultados positivos se tornam visíveis, tanto em consultórios particulares quanto em centros de referência em saúde.
No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (USP), o Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares acompanha de perto o impacto da inteligência artificial. Para a professora e nutricionista Rosane Pilot Pessa, os benefícios são claros: planos mais personalizados, maior adesão dos pacientes e monitoramento mais eficiente.
Embora existam desafios a serem enfrentados, o consenso entre especialistas é que a IA deve ser vista como ferramenta de apoio, e não como ameaça.
Na prática, a Nutrição já vive essa transformação. Startups como a Fitlab trabalham para oferecer aos profissionais mais autonomia, escala e precisão, sem abrir mão da sensibilidade que caracteriza o atendimento humano.
A integração entre ciência, tecnologia e empatia tem potencial para redefinir o futuro da Nutrição. Para Renata Ikeda Machado, esse caminho já está em curso.
“Nosso trabalho é garantir que o nutricionista tenha recursos para transformar ainda mais a vida de seus pacientes”, afirma.
Com a chegada da inteligência artificial ao setor, a alimentação passa a ser pensada de forma ainda mais individualizada, levando em conta não apenas dados técnicos, mas também preferências, hábitos e objetivos pessoais.
Se antes personalizar planos alimentares era um processo demorado, hoje a IA acelera cálculos e oferece informações estratégicas, enquanto o nutricionista mantém o que é insubstituível: o olhar humano.