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Pequenas propriedades rurais podem ser rentáveis e sustentáveis, afirma especialista

Entenda como gestão e planejamento superam o tamanho da terra na agricultura. A especialista Ana Scozzafave revela o essencial para o sucesso rural  |  Reprodução/Assessoria

Publicado em 24/09/2025, às 13h10   Reprodução/Assessoria   Giovana Gurgel

As pequenas propriedades rurais têm papel decisivo no abastecimento alimentar do Brasil e podem ser altamente rentáveis quando bem geridas. Para a médica-veterinária e consultora Ana Rita Scozzafave, o tamanho da terra não é o que define o sucesso, mas sim a capacidade de planejar, adotar práticas sustentáveis e aproveitar ferramentas digitais que fortalecem a gestão e aumentam a eficiência no campo.

No Brasil, cerca de 77% dos estabelecimentos agrícolas são familiares, responsáveis por grande parte da produção de alimentos consumidos internamente, como arroz, feijão, frutas e hortaliças.

Gestão é mais importante que o tamanho da terra

Scozzafave destaca que o desafio central da agricultura familiar não está na extensão da propriedade, mas na falta de planejamento. Para ela, eficiência operacional é o que garante resultados positivos.

“Rentabilidade e sustentabilidade não dependem de centenas de hectares, mas de uma gestão moderna e estratégica”, afirma.

Planejar a safra com antecedência mínima de seis meses, controlar custos, organizar a compra de insumos e contratar mão de obra no tempo certo são medidas fundamentais. Estudos da FAO citados pela especialista apontam que propriedades com planejamento estruturado alcançam até 25% mais eficiência sem a necessidade de grandes investimentos.

Ana Rita Scozzafave

Tecnologia e aprendizado contínuo no campo

Outro ponto ressaltado é o papel das ferramentas digitais. O avanço da conectividade no meio rural permite que pequenos produtores utilizem aplicativos gratuitos com previsões meteorológicas, cotações de mercado e análises em tempo real.

Além disso, cursos e conteúdos técnicos oferecidos por instituições públicas e cooperativas fortalecem a profissionalização no campo.

Para Scozzafave, a sustentabilidade também deve ser vista como ativo de mercado. Práticas como o uso de bioinsumos, integração lavoura-pecuária-floresta e rastreabilidade agregam valor e inserem o produtor nas agendas globais de ESG e créditos de carbono.

Cinco passos para a gestão eficiente

A especialista lista cinco pilares que podem transformar pequenas áreas em negócios competitivos:

  1. Planejamento antecipado – definir metas e organizar insumos com antecedência.

  2. Uso de ferramentas digitais – aproveitar aplicativos e plataformas online.

  3. Monitoramento de mercado – acompanhar tendências e oscilações de preços.

  4. Capacitação contínua – investir em cursos, treinamentos e programas de extensão.

  5. Práticas sustentáveis – adotar bioinsumos, mapear o solo e integrar sistemas de produção.

“Mesmo em áreas menores, o agricultor familiar pode ser eficiente, saudável, sustentável e rentável. O segredo está em gestão, aprendizado e visão estratégica”, conclui Ana Rita Scozzafave.

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