Política
por Giovana Gurgel
Publicado em 30/07/2025, às 16h48
Mesmo com a canetada pesada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que oficializou nesta quarta-feira (30) uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, alguns itens ficaram de fora da lista.
A exclusão não foi por acaso: trata-se de produtos cruciais para setores industriais americanos, que não têm produção interna suficiente para suprir suas demandas.
Ficaram livres da taxação itens como suco de laranja (congelado e não congelado), silício metálico, ferro-gusa, aeronaves civis e seus componentes, alumínio metalúrgico, minério de estanho, celulose, metais preciosos, além de produtos energéticos e fertilizantes.
A decisão revela que, apesar do endurecimento diplomático, há interesses estratégicos que os EUA preferem preservar.
A medida foi embasada na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977, que autoriza o presidente a agir em caso de ameaças externas à segurança nacional. No decreto, Trump afirma que o Brasil representa risco à segurança, à economia e à política externa dos EUA.
EUA alegam censura no Brasil e miram em defesa ideológica
O documento cita ainda a “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos fatores que motivaram a resposta americana. Segundo Trump, o cenário brasileiro atual fere direitos humanos e demanda uma reação firme dos Estados Unidos.
A Casa Branca reforçou que a taxação busca responsabilizar agentes estrangeiros por violações de direitos e proteger empresas norte-americanas de supostos abusos cometidos fora do país.
“O presidente Trump tem reafirmado consistentemente seu compromisso de defender a segurança nacional, salvaguardar a liberdade de expressão e proteger os interesses econômicos dos Estados Unidos”, diz o texto oficial.
Com isso, além de uma ação econômica, a medida se transforma também em um gesto político, colocando a situação de Bolsonaro como pano de fundo para o endurecimento nas relações comerciais.
Exportações brasileiras ameaçadas com tarifa de 50%
Com a nova tarifa em vigor, produtos brasileiros passam a chegar mais caros aos EUA, perdendo competitividade frente a fornecedores de outros países. O impacto direto será sentido na balança comercial brasileira, principalmente em setores que exportam aço, alumínio, alimentos e bens manufaturados.
A expectativa é de desaceleração na produção industrial voltada à exportação, com risco de queda de receitas, redução no volume de vendas e até demissões em cadeias produtivas. Economistas apontam que, no curto prazo, o Brasil terá dificuldades para redirecionar seus produtos a outros mercados.
A tensão diplomática entre os dois países também se intensifica. Ao inserir uma motivação ideológica em uma política tarifária, Trump eleva o tom contra o governo brasileiro, pressionando por um reposicionamento nas relações bilaterais e dificultando negociações futuras.
Produtos brasileiros poupados da tarifa de 50%:
Classificação Indicativa: Livre