Política
por José Nilton Jr.
Publicado em 06/10/2025, às 16h49
O ministro Edson Fachin, atual presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou a criação de um mutirão para priorizar julgamentos relacionados a questões raciais. A iniciativa será inspirada em um modelo do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) que, em 2023, implementou mutirões específicos voltados a processos sobre desigualdade racial.
A partir dessa ação, o STF visa reduzir em 20% os cerca de 10 mil processos sobre raça, cor, etnia e origem que aguardam julgamento no Brasil até novembro. Além disso, também pretende manter essa atividade constante até o próximo ano. Fachin apresentou a iniciativa em seu primeiro dia à frente da Corte, na semana passada.
Em relação ao Rio Grande do Norte, os mutirões priorizam casos ligados a raça, cor, etnia e origem em todas as unidades judiciárias que lidam com essas questões.
O projeto conta com o apoio da Corregedoria e da Presidência do TJRN, e já é reconhecido nacionalmente. No ano passado, o TJRN recebeu uma menção honrosa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo desempenho do mutirão racial.
No RN, os mutirões são realizados em novembro, sendo uma referência ao Dia Nacional da Consciência Negra, e em maio, durante a Semana Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e da Discriminação.
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Essas ações tem como objetivo acelerar julgamentos e reduzir a lentidão processual que afeta casos sensíveis de desigualdade racial.
A desembargadora Lourdes Azevêdo, presidente da Comissão do TJRN responsável pela iniciativa, comemorou o anúncio do ministro Fachin. Ela destacou que a medida representa o reconhecimento do trabalho feito no estado e reforça a importância do Judiciário na promoção da igualdade.
A juíza Ana Paula Nunes, vice-presidente da Comissão, reforçou a necessidade de atuação do Judiciário frente ao racismo estrutural. Ela afirmou que as desigualdades exigem respostas em todos os setores da sociedade, incluindo a justiça penal.
Com a iniciativa do STF, espera-se que a experiência potiguar sirva de modelo para acelerar julgamentos sobre racismo em todo o país, fortalecendo a política de combate à desigualdade racial no sistema judicial.
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