Política
Publicado em 17/07/2025, às 15h53 BNews Natal
O Supremo Tribunal Federal (STF) teve mais um dia de audiência com quórum esvaziado na ação penal que trata do chamado Núcleo 2 da trama golpista, grupo que teria atuado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Marcados para esta quinta-feira (17), os depoimentos de 20 testemunhas arroladas pela defesa do coronel do Exército Marcelo Câmara contaram com a presença de apenas cinco pessoas.
Câmara é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como coordenador de ações de “monitoramento e neutralização de autoridades públicas” por meio de uma estrutura clandestina de espionagem. Um dos alvos seria o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações sobre a tentativa de golpe.
Durante a audiência, uma das poucas testemunhas a falar foi o capitão do Exército Osmar Crivelatti, que trabalhou com Câmara na ajudância de ordens da Presidência. Ele negou qualquer envolvimento com monitoramento ilegal:
“Nunca recebi essa missão”, afirmou. Apesar de não ser investigado no caso do golpe, Crivelatti aparece em outras apurações, como a do desvio de joias do acervo presidencial.
Defesas falam sobre a baixa adesão
A baixa adesão das testemunhas é atribuída, pelas defesas, à decisão do ministro Alexandre de Moraes de não expedir intimações formais. Segundo os advogados, a responsabilidade de garantir a presença dos depoentes ficou integralmente a cargo da defesa.
As oitivas foram conduzidas por videoconferência, sem gravação em áudio ou vídeo, por ordem do relator. A condução ficou a cargo do juiz auxiliar Rafael Tamai, do gabinete de Moraes.
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A agenda de depoimentos sobre o Núcleo 2 segue até o dia 21 de julho. Em seguida, entre 21 e 23 de julho, serão ouvidas testemunhas do Núcleo 3, considerado o braço mais radical do suposto plano golpista, acusado de planejar sequestros e até homicídios para criar um fato que justificasse uma ruptura institucional.
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