Política
Publicado em 09/06/2025, às 16h04 Redação
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou nesta segunda-feira (9) que o Congresso não tem compromisso com a aprovação das medidas de arrecadação sugeridas pelo governo para compensar o recuo no aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Não há do Congresso o compromisso de aprovar essas medidas que vêm na MP. A medida provisória será enviada apenas para que, do ponto de vista contábil, não se tenha que aumentar o contingenciamento”, declarou.
A declaração ocorre um dia após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciar, após reunião com líderes parlamentares, um conjunto de medidas para suavizar o impacto da alta do IOF. O governo propôs:
Motta afirmou que as mudanças devem vir por diferentes instrumentos legislativos, como MP, projeto de lei complementar ou até mesmo uma proposta de emenda à Constituição (PEC), dependendo do alcance da pauta. “Se formos debater o pacote todo, terá que ser por PEC”, explicou.
O parlamentar criticou a insistência do governo em medidas que visam exclusivamente elevar a arrecadação. Segundo ele, a tentativa de aumentar o IOF teria sido rejeitada pelo Congresso. “Há um esgotamento do país sobre essas medidas. A medida teria um efeito danoso, especialmente sobre o custo do crédito”, alertou.
Motta também criticou a forma como o decreto do IOF foi construído, sem articulação com o Legislativo. “Não foi combinado com o Congresso. Houve reação imediata da Câmara e do Senado”, afirmou.
Ele reforçou que o Legislativo cobra do governo propostas estruturantes e com impacto fiscal de médio e longo prazo. “Não havia interesse do governo em debater cortes nas isenções fiscais, desvinculações em saúde e educação ou o crescimento das despesas primárias”.
Por fim, Motta declarou que o Congresso “tem sido uma âncora de responsabilidade”, mesmo quando confrontado com “caminhos questionáveis” adotados por diferentes governos. E destacou que, apesar das divergências, a relação com o governo Lula “tem sido respeitosa”.
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