Política
Publicado em 25/07/2025, às 13h27 BNews Natal
O general da reserva Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, admitiu nesta quinta-feira (24) ter redigido o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele negou ter compartilhado o documento e disse que se tratava de um “estudo de situação” e “compilado de dados” feito por iniciativa própria.
“Esse arquivo digital retrata um pensamento meu que foi digitalizado. Não foi apresentado nem compartilhado com ninguém”, afirmou o general, alegando ter impresso o plano apenas para leitura pessoal e dizendo que rasgou a folha logo depois.
PF aponta três impressões e relação com Bolsonaro
Apesar da versão apresentada por Fernandes, a Polícia Federal identificou que três cópias do plano foram impressas no Palácio do Planalto e que houve nova impressão um mês depois.
Segundo os investigadores, quarenta minutos após essa impressão inicial, o general esteve no Palácio da Alvorada, onde estavam o então presidente Jair Bolsonaro e o tenente-coronel Mauro Cid.
Fernandes negou ter mostrado o plano a Bolsonaro e justificou a presença no Alvorada como parte de suas funções administrativas. Ele também minimizou o número de impressões, atribuindo a quantidade a uma possível “configuração da impressora”.
A PF sustenta, com base em delações, que Bolsonaro tinha “pleno conhecimento” do plano. Segundo Mauro Cid, Fernandes era um dos generais mais atuantes na articulação para impedir a posse de Lula em 2022.
Conspiração previa envenenamento e armas de guerra
O plano “Punhal Verde e Amarelo” veio à tona em novembro de 2024, durante operação da Polícia Federal. Segundo as investigações, o grupo conspirador era formado em sua maioria por militares das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”.
A ofensiva previa o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes por envenenamento em 15 de dezembro de 2022, três dias após a diplomação do petista no TSE.
Além do plano químico, os militares tinham à disposição um arsenal de guerra com fuzis, pistolas, metralhadora e lança-granadas. Moraes chegou a ser monitorado constantemente pelo grupo.
O depoimento de Fernandes encerra a fase de instrução do processo contra o núcleo 2 da organização investigada por planejar um golpe de Estado.
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