Política

Haddad chama mercado de apostas de “praga” e setor reage com indignação: “Difamação”

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Fernando Haddad destaca os prejuízos financeiros e a necessidade de regulamentação no setor de apostas online  |   BNews Natal - Divulgação Foto: Washington Costa/MF

Publicado em 23/07/2025, às 14h10   BNews Natal



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, endureceu o discurso contra as casas de apostas online e classificou o mercado das chamadas bets como um “problema de saúde pública” que se transformou em uma “praga”. A afirmação foi feita em entrevista divulgada na noite de terça-feira (22), no canal de YouTube Nath Finanças.

Segundo Haddad, os prejuízos financeiros causados pelas apostas são alarmantes. Ele afirmou que apresentará ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um balanço dos seis primeiros meses do mercado regulado, que passou a vigorar em janeiro deste ano.

O ministro também responsabilizou o governo Bolsonaro pelas perdas. “Herdamos um caos. Foram ao menos R$ 40 bilhões em impostos perdidos que foram enviados ao exterior pelas bets”, disparou.

Haddad reiterou que, anualmente, há um descompasso de R$ 40 bilhões entre o que é depositado pelos apostadores e o que é efetivamente pago em prêmios. Ele reforçou a ideia de que é necessário alertar a população: “Temos que mostrar que isso é o caminho do fracasso, é perda de dinheiro”.

Associação do setor reage com nota e fala em surpresa e consternação

A resposta foi imediata. Em nota oficial, a ANJL (Associação Nacional de Jogos e Loterias) demonstrou “surpresa e consternação” com as declarações do ministro e classificou o tom da entrevista como “difamatório”.

Segundo a entidade, Haddad se referiu de forma injusta à indústria legalizada, enquanto os problemas apontados dizem respeito às casas ilegais, que seguem ativas por falhas do próprio Estado.

“Não esperávamos um ataque dessa natureza vindo do ministro responsável por regulamentar o setor. Isso pode ter efeitos altamente deletérios sobre o mercado regulado”, diz a associação.

A entidade ainda reiterou que a legalização das bets prevê repasses para a área da saúde e que os casos de ludopatia são minoritários entre os usuários de plataformas autorizadas.

A ANJL concordou que o vício em jogos deve ser tratado como uma questão de saúde pública, mas alegou que a fonte principal do problema está no funcionamento de sites não autorizados.

Entidade alerta para riscos com proibição de publicidade e defende regulação como ferramenta contra golpes

A ANJL também se posicionou contra a proposta de proibir a publicidade de casas de apostas. Segundo a nota, essa medida já se mostrou ineficaz em outros países, onde resultou em aumento expressivo do uso de sites ilegais.

“A propaganda responsável permite que o apostador identifique as plataformas regulares. Sem isso, ficará vulnerável a influenciadores e golpes digitais”, alerta a associação.

Por fim, a ANJL reforçou que o setor legalizado está comprometido com a construção de um ambiente seguro e transparente, defendendo que os jogos sejam encarados apenas como entretenimento, e não como promessa de lucro.

“O Brasil não pode retroceder nos avanços já conquistados. O foco deve ser o combate ao mercado ilegal”, conclui o texto.

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