Política
Publicado em 29/07/2025, às 16h21 BNews Natal
Apesar de ter deixado oficialmente o Mapa da Fome da ONU, o Brasil ainda tem 50,2 milhões de pessoas sem acesso a uma alimentação saudável. Os dados, divulgados nesta segunda-feira (28) pela FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), revelam que quase um quarto da população brasileira, 23,7%, não consegue pagar por uma dieta de qualidade.
Entre 2022 e 2024, o percentual de brasileiros em estado de subnutrição ficou abaixo de 2,5%, o que possibilitou a retirada do país da lista internacional da fome. O relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo” celebra o avanço, mas não ignora o alerta: insegurança alimentar ainda é realidade para milhões.
Mais comida, menos dinheiro
Para o ex-diretor da FAO, José Graziano, o desafio agora é garantir condições econômicas para que a população possa acessar os alimentos disponíveis. “O problema não é falta de alimento, é falta de poder de compra.
O Brasil tem excedentes alimentares, tanto que exporta para o mundo inteiro”, disse. Ele destacou que apenas emprego e salário podem resolver a situação.
Pesquisa recente do IBGE mostra que, no final de 2023, 27,6% dos domicílios brasileiros, cerca de 21,6 milhões de lares, enfrentavam algum grau de insegurança alimentar. Entre esses, 18,2% estavam em nível leve, 5,3% em nível moderado e 4,1% em nível grave.
Cenário exige ação contínua
Especialistas alertam que, embora o país tenha superado o critério de subnutrição para figurar no Mapa da Fome, a batalha por segurança alimentar está longe do fim. “A fome continua existindo, mas não na proporção de antes”, resume Graziano. A meta agora é transformar o avanço estatístico em melhoria real no prato de milhões de brasileiros.
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