Polícia
O rapper Oruam está sendo investigado por sete crimes, e está detido desde o dia 22 de julho. Agora, uma nova polêmica surgi pelo cometimento de outro crime, sendo a criação irregular de animais silvestres em ambiente doméstico. O orgão competente por esse tipo de caso, IBAMA já aplicou uma multa no valor de R$ 40,5 mil.
A penalidade foi aplicada após o órgão constatar que o artista mantinha em casa espécies protegidas por lei, como:
- um gato-maracajá, que pode valer até R$ 100 mil no mercado ilegal
- uma arara-vermelha
- um papagaio
- um macaco-prego
Ter animais silvestres em casa não é algo proibido no Brasil, desde que a pessoa tenha liberação dos órgãos ambientais. Mas o cantor de trap Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, não seguiu a legislação brasileira e muito menos atendeu às notificações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
As investigações começaram após uma denúncia anônima feita por meio do sistema federal de fiscalização. Segundo o Ibama, além de manter os animais sem autorização, Oruam também foi notificado por não apresentar a documentação solicitada dentro do prazo legal. Até o momento, ele também não efetuou o pagamento da multa.
O que diz a lei
De acordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998), é crime manter animais da fauna silvestre brasileira sem autorização dos órgãos competentes. A legislação prevê pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa.
Considera-se fauna silvestre todo animal nativo, migratório ou em rota de migração que tenha o território brasileiro como parte de seu habitat natural — mesmo que tenha nascido em cativeiro.
Campanha contra a domesticação ilegal
O Ibama vem reforçando campanhas de conscientização para alertar sobre os riscos da criação de animais silvestres em casas. Em maio deste ano, lançou a campanha “Se não é livre, eu não curto”, apontando o impacto negativo da exposição desses animais nas redes sociais.
“O prestígio gerado pela exibição de espécies silvestres em ambientes domésticos incentiva a prática ilegal e causa sofrimento aos animais”, informou o órgão na ocasião.
Carreira meteórica e vida de luxo
Oruam despontou no cenário do trap nacional em 2022 com o hit “Invejoso” e passou a integrar a gravadora Mainstreet, liderada por Orochi. Desde então, acumulou milhões de streams e se apresentou nos principais festivais do país, como Rock in Rio e Lollapalooza 2024.
Nas redes sociais, o rapper costuma exibir um estilo de vida ostentação: festas, carros de luxo, joias e animais exóticos. Entre eles, um gato da raça Savannah F1, também avaliado em até R$ 100 mil.
Criado na Cidade de Deus, zona oeste do Rio, Oruam começou a gravar músicas em 2021. É filho de Márcia Gama e do traficante Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, atualmente preso. O artista tem quatro irmãos.
Polêmicas e acusações
A trajetória de Oruam também é marcada por controvérsias. No Lollapalooza deste ano, ele se apresentou usando uma camiseta com a foto do pai e a palavra “liberdade”, gerando críticas. À época, defendeu a atitude dizendo que Marcinho VP “já pagou pelos erros”.
A imagem pública do rapper inspirou a vereadora Amanda Vettorazzo (União Brasil/SP) a propor uma lei que proíbe a contratação de artistas que façam apologia ao crime organizado ou ao uso de drogas. A proposta provocou reação do cantor, que lançou a música “Lei Anti O.R.U.A.M”, com versos confrontando o projeto.
Além do processo ambiental, Oruam é investigado por associação ao tráfico, promoção de sites de apostas ilegais e é alvo de pedidos de apuração por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal.
Classificação Indicativa: Livre