Polícia
A Polícia Federal, em colaboração com a Controladoria-Geral da União, iniciou uma nova fase da Operação Sem Desconto para investigar um esquema de descontos irregulares em aposentadorias, cumprindo 66 mandados de busca em oito estados brasileiros.
O esquema envolvia entidades fraudulentas que realizavam descontos automáticos em benefícios previdenciários sem consentimento, resultando em um total estimado de R$ 3,7 bilhões em valores indevidos, dos quais apenas R$ 1,6 bilhão foi ressarcido até agora.
O governo começou a devolver os valores em julho, mas aposentados continuam vulneráveis a fraudes, levando a CPMI do INSS a exigir maior transparência e medidas efetivas para prevenir novos golpes.
A Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (9) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura um vasto esquema de descontos associativos irregulares em aposentadorias e pensões.
A ação tem alcance nacional e cumpre 66 mandados de busca e apreensão em oito estados — entre eles o Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, Amazonas, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e o Distrito Federal — por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
O objetivo é aprofundar as investigações sobre inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa e ocultação patrimonial.
Segundo a PF, o esquema envolvia entidades que se passavam por associações legítimas e aplicavam descontos mensais automáticos em benefícios previdenciários sem autorização dos segurados.
Ressarcimento ainda parcial: só 43% dos valores foram devolvidos
Apesar das ações de investigação e do início do reembolso, o governo federal devolveu até agora apenas 43% dos valores descontados indevidamente de aposentadorias e pensões.
Dados da Dataprev, enviados à CPMI do INSS, mostram que foram ressarcidos R$ 1,6 bilhão até o fim de setembro, de um total estimado de R$ 3,7 bilhões em descontos irregulares.
Entre março de 2020 e março de 2025, o sistema registrou R$ 7,8 bilhões em transferências, sendo R$ 3,7 bilhões considerados indevidos.
As cifras diferem da estimativa inicial da Polícia Federal e da CGU, que apontavam prejuízos de até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
Os pagamentos começaram em julho, após o governo anunciar o plano de devolução dos valores cobrados sem autorização em contribuições associativas.
O ressarcimento é feito em parcela única, sem ordem de prioridade entre os beneficiários.
Aposentados seguem vulneráveis e cobram transparência
As denúncias de descontos indevidos se multiplicaram nos últimos anos, levando o governo a revisar repasses e apressar reembolsos.
A CPMI do INSS cobra agora transparência nos prazos de devolução e medidas concretas para evitar novas fraudes.
O caso expôs falhas graves no controle de descontos sobre benefícios previdenciários e acendeu um alerta sobre a vulnerabilidade dos aposentados e pensionistas diante de golpes e falsos vínculos associativos.
A nova fase da Operação Sem Desconto reforça o compromisso das autoridades em responsabilizar os envolvidos e proteger os beneficiários do INSS de novas práticas fraudulentas.
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