Polícia

Julgamento de PM acusado de estuprar e matar universitária no RN deve durar quatro dias

Imagem Julgamento de PM acusado de estuprar e matar universitária no RN deve durar quatro dias
O julgamento acontece no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, e só deve ter o veredito revelado na quinta-feira, dia 5  |   BNews Natal - Divulgação

Publicado em 02/06/2025, às 10h55   Redação



Começou na manhã desta segunda-feira (02) o júri popular do "Caso Zaira", como ficou conhecido o assassinato da universitária Zaira Dantas Silveira Cruz, de 22 anos, encontrada morta no sábado de carnaval de 2019, em Caicó, cidade da região Seridó potiguar. O réu é o sargento da Polícia Militar Pedro Inácio Araújo, acusado de estuprar e matar a jovem, com quem matinha relações à época do crime. O julgamento acontece no Fórum Miguel Seabra Fagundes, em Natal, com previsão de 22 depoimentos, e só deve ter o veredito revelado na quinta-feira, dia 5. 

Em entrevista ao BNews Natal, antes de iniciar o julgamento, disse que espera que seja feita "justiça da terra e a de Deus".

Dona Ozanete e sua filha, Zaira Cruz
Dona Ozanete e sua filha, Zaira Cruz / Foto: Divulgação

Por determinação do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), o processo corre em segredo de Justiça. Para preservar a dignidade da vítima e proteger dados sensíveis, a participação no julgamento é restrita aos familiares e profissionais autorizados.

Estão credenciados para acompanhar a sessão a mãe, o pai e a irmã de Zaira, além de uma psicóloga do Núcleo de Apoio às Vítimas de Violência Letal e Intencional (NUAVV), do Ministério Público do RN. Do lado do acusado, apenas a mãe e um acompanhante poderão estar presentes.

O Ministério Público do Rio Grande do Norte atua com três promotores de Justiça.

Caso Zaira

Natural de Currais Novos, no Seridó potiguar, Zaira Dantas da Silveira Cruz morava em Mossoró, na região Oeste. Lá, ela cursava o último ano de Engenharia Química na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA). O corpo da estudante foi encontrado dentro do carro do sargento da PM Pedro Inácio de Maria. Isso aconteceu no dia 2 de março de 2019, um sábado de carnaval. O veículo estava no estacionamento de um condomínio em Caicó, também no Seridó, onde o policial e um grupo de amigos haviam alugado uma casa para passarem o feriado.

Sargento da PM Pedro Inácio de Maria
Sargento da PM Pedro Inácio de Maria / Foto: Divulgação

De acordo com denúncia feita à Justiça pelo Ministério Público Estadual, a jovem foi estuprada e brutalmente assassinada por estrangulamento. Acusado por homicídio triplamente qualificado (com uso de asfixia, para assegurar a ocultação de outro delito e feminicídio), o sargento foi preso em casa, duas semanas após o crime. Desde então, permanece no Quartel Geral da Polícia Militar, em Natal, onde aguarda o julgamento.

No dia da prisão do sargento, a Polícia Civil divulgou laudo do Instituo Técnico-Científico de Perícia, contendo a causa da morte de Zaira. Segundo o documento, a garota havia sofrido asfixia mecânica por meio de estrangulamento. Na época. O diretor do Itep-RN, Marcos Brandão, chegou declarar que a estudante fora vítima de uma morte cruel. “A estudante apresentava lesões no cérebro, nos olhos e pulmões. Além disso, dedos e lábios cianóticos (roxos). Essas características são bem contundentes para asfixia mecânica por estrangulamento, o que materializa o crime de homicídio”, afirmou.

O delegado de Polícia Civil Leonardo Germano, titular da DP de Caicó quando aconteceu o caso, foi quem presidiu o inquérito. À época, ele disse à imprensa que foi o próprio PM quem chamou a polícia para comunicar que havia encontrado o corpo de Zaira dentro do carro dele. “Em um primeiro depoimento, ele disse que teve relação sexual com a jovem dentro do carro, antes de chegarem ao condomínio. E que ela havia apagado dentro do veículo, e que ele a deixou dormindo no carro porque não quis acordá-la. E quando amanheceu, ele foi no carro vê-la, e ela estava morta. Porém, acreditamos que ele já chegou na casa com ela morta dentro do carro, e que, em algum momento antes, ele a violentou e a matou”, ressaltou o delegado, revelando ainda haver indícios fortes de que a moça havia sido estuprada.

Ainda de acordo com o delegado, no dia da prisão, o sargento se reservou ao direito de permanecer em silêncio e só falar em juízo.

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