Negócios
por José Nilton Jr.
Publicado em 18/08/2025, às 13h36
A economia brasileira registrou um crescimento de 0,5% do primeiro para o segundo trimestre deste ano. O dado foi divulgado de acordo a partir de um levantamento feito pelo Monitor do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado nesta segunda-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
O resultado mostra uma desaceleração referente ao avanço de 1,3% obtido nos três primeiros meses de 2025.
O levantamento é considerado um termômetro antecipado do desempenho econômico do país. Além disso, ele estima que o PIB do Brasil alcançou R$ 6,109 trilhões no primeiro semestre deste ano.
Em relação a avaliação de todo o ano, a economia cresceu cerca de 2,4% no segundo trimestre se comparado com o mesmo período do ano passado. Além disso, também e acumula uma expansão de 3,2% em 12 meses.
De acordo com a economista do Ibre/FGV, Juliana Trece, os setores de serviços e indústria foram os principais responsáveis pelo avanço registrado. No primeiro, o crescimento ocorreu de forma ampla, atingindo diversas atividades.
Já em relação à indústria, o resultado positivo concentrou-se na atividade extrativa, o que, segundo ela, revela fragilidade em outras áreas do setor.
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O levantamento chamou a atenção para a perda de dinamismo no consumo das famílias brasileiras. A taxa de crescimento, que era de 3,7% no quarto trimestre de 2024, caiu para 2,6% no início deste ano e recuou a 1,5% no segundo trimestre.
A taxa básica de juros (Selic) segue em eleveção desde setembro de 2024, quando passou de 10,5% ao ano para os atuais 15%, maior patamar desde 2006. O Banco Central (BC) adota a medida como uma meneira de controlar a inflação do país, que está acima do teto da meta de 4,5% desde o ano passado.
O mecanismo funciona a partir do encarecimento do crédito para empresas e consumidores. Isso reduz investimentos, desestimulando o consumo. Como consequência, há uma desaceleração da economia, que tende a se refletir em menos empregos e renda.
O próprio Banco Central estima que o efeito pleno da Selic sobre a inflação leva de seis a nove meses para se concretizar.
Esse cenário ajuda a explicar a queda do ritmo de expansão, revelada agora pelo Monitor do PIB, e reforça a expectativa de um segundo semestre desafiador para a atividade econômica.
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