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Publicado em 17/07/2025, às 13h08 BNews Natal
A contagem regressiva começou. Em julho de 2026, o tradicional Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), usado há décadas apenas com números, passará a incluir letras e símbolos em sua estrutura. A medida da Receita Federal, necessária para acompanhar o crescimento acelerado de empresas no país, exige das organizações uma atualização tecnológica complexa, e urgente.
Segundo a Serasa Experian, apenas em outubro de 2024, foram abertas quase 395 mil novas empresas no Brasil, o que representa um novo CNPJ emitido a cada 5 segundos. Para evitar o esgotamento da numeração atual, a Receita passará a usar caracteres alfanuméricos entre a 9ª e 12ª posição do número, além de novos dígitos verificadores baseados na tabela ASCII.
Apesar de parecer uma mudança técnica simples, o impacto é profundo. “A falta de planejamento pode gerar falhas em sistemas, problemas fiscais e interrupções operacionais em cadeia”, alerta Paulo Watanave, diretor de operações de Data & AI na Nava Technology for Business, que atua com soluções de tecnologia e integração de sistemas.
Atualização vai além do cadastro
Para se adequar ao novo formato, as empresas precisarão revisar bancos de dados, substituir campos numéricos por alfanuméricos (strings) e garantir que todas as suas plataformas, inclusive as de terceiros, reconheçam corretamente o novo padrão. Isso inclui sistemas de emissão de notas fiscais, ERPs, softwares contábeis e ferramentas de compliance.
“Esse é o momento de olhar com atenção para os sistemas legados, integrar soluções modernas e preparar uma base tecnológica mais robusta”, reforça Watanave. Ele destaca a importância de realizar testes em ambientes de sandbox e investir em ferramentas de gestão de APIs e monitoramento de dados para evitar perdas e garantir segurança na transição.
Oportunidade de modernizar o legado
Mais que uma obrigação legal, o CNPJ alfanumérico pode ser a brecha que faltava para empresas modernizarem sua infraestrutura digital. “Organizações que usarem essa transição para revisar suas arquiteturas de dados e negócios estarão à frente em competitividade e conformidade”, aponta o especialista.
O recado dos especialistas é claro: esperar até 2026 para agir pode custar caro. A hora de adaptar os sistemas ao novo CNPJ é agora.
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