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Publicado em 09/07/2025, às 16h43 BNews Natal
O sistema elétrico do Brasil pode enfrentar, futuramente, dificuldades para suprir a demanda de potência nos horários de maior consumo, especialmente no fim do dia, durante os próximos cinco anos.
A conclusão é do Plano da Operação Energética (PEN) 2025, divulgado na última terça-feira (8) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
De acordo com as informações presentes no documento, que traça as perspectivas do Sistema Interligado Nacional (SIN) para o período de 2025 a 2029, a ausência de novos leilões de potência poderá comprometer a capacidade do país de atender à demanda nos horários de pico.
A análise indica que será necessário acionar usinas térmicas flexíveis e adotar medidas emergenciais, como a possível retomada do horário de verão, suspenso desde 2019.
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“Observa-se, em todo o horizonte, necessidade de elevado despacho térmico adicional ao previsto para atendimento energético”, aponta o relatório.
De acordo com o ONS, o cenário já exige a utilização da reserva de potência a partir do segundo semestre de 2025.
Crescimento solar
O documento também destaca o crescimento acelerado da geração de energia solar, especialmente por meio da mini e microgeração distribuída (MMGD). A projeção é que a fonte solar atinja 32,9% da matriz elétrica nacional até 2029.
Embora positivas para a diversificação da matriz energética e a sustentabilidade, as fontes intermitentes não garantem fornecimento constante de potência, sobretudo no período noturno.
Essa característica torna o sistema mais dependente de fontes controláveis, como as hidrelétricas e as termelétricas, que precisarão operar com maior flexibilidade para compensar as oscilações da geração renovável.
Termelétricas com flexibilidade
Apesar da dependência temporária das térmicas, o ONS alerta que não recomenda a contratação de usinas com alto nível de inflexibilidade ou acionamento lento. A preferência deve ser por unidades que possam operar de forma ágil, respondendo com eficiência às oscilações da rede.
O estudo também levanta a possibilidade de medidas adicionais para mitigar o risco de apagões, como ações de gerenciamento da demanda.
A adoção de políticas públicas estratégicas e o planejamento de leilões focados em capacidade de potência e flexibilidade operacional serão cruciais para garantir a segurança do abastecimento nos próximos anos.
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