Política

Esquerda reage à medida de Trump e cobra resposta do governo brasileiro

Esquerda reage à medida de Trump e cobra resposta do governo brasileiro - Reprodução
Parlamentares da esquerda se mobilizam contra a taxação e defendem medidas de reciprocidade em resposta à ação dos EUA  |   BNews Natal - Divulgação Esquerda reage à medida de Trump e cobra resposta do governo brasileiro - Reprodução

Publicado em 09/07/2025, às 20h24   BNews Natal



O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, manifestou repúdio à taxação de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos Estados Unidos, anunciada nesta quarta-feira (9) pelo presidente estadunidense Donald Trump.

Segundo ele, a medida representa um ataque não apenas à economia nacional, mas também às instituições democráticas e à soberania do país.

Em sua avaliação, o impacto ultrapassa o campo econômico. “Temos um ataque econômico, mas temos um ataque às instituições, à democracia, ao Supremo Tribunal Federal. Por isso, temos certeza que o governo vai tomar uma medida contra esse posicionamento.

É mais do que economia, é a defesa das instituições, da soberania nacional”, declarou o parlamentar.

No comunicado oficial, Trump justificou a taxação mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento em tentativa de golpe de Estado.

O presidente norte-americano também citou decisões do STF contra apoiadores de Bolsonaro que vivem nos Estados Unidos.

Lindbergh reforçou que a bancada petista está articulando respostas. “A gente está trazendo o nosso repúdio, a nossa indignação com o Trump e com essa extrema direita. Vamos estar em diálogo com o Itamaraty, com o governo e, com certeza, vai ter uma posição do governo brasileiro e vai ter uma posição nossa no campo legislativo”, acrescentou.

Outros parlamentares da esquerda e do campo progressista também se posicionaram contra a medida anunciada pelos EUA. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) criticou colegas da direita que apoiaram a decisão.

Para ela, a situação serve como termômetro de compromisso com o país. “Agora é o momento para saber quem é patriota e quem não é. É o momento de saber quem é lambe-botas dos Estados Unidos ou quem defende o povo brasileiro”, afirmou.

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu que o governo adote medidas de reciprocidade. Segundo a deputada, o Brasil tem autonomia para impor tarifas similares.

“O governo tem autonomia para utilizar medidas de reciprocidade para responder. O governo é altivo e vai responder. Também não acredito que o Supremo Tribunal Federal vai recuar”, pontuou.

A parlamentar do PCdoB também pediu responsabilização política de deputados de direita que apoiam a taxação, mencionando diretamente Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado licenciado.

“Temos que apontar a responsabilidade política desse campo que tem um correspondente nos Estados Unidos, que é o Eduardo Bolsonaro, que está trabalhando contra o povo brasileiro”, disse Jandira.

O deputado Pompeo de Matos (PDT-RS) declarou que pretende apresentar uma moção de repúdio do parlamento contra a ação do governo Trump. “Estou apresentando na Casa uma moção contra essa taxação que o governo Trump está impondo à economia do Brasil.

É uma coisa absurda, estão nos tratando como se fôssemos sabujos dos americanos, e esse parlamento, de maneira altiva, tem que responder não à essa taxação. Temos que levantar a nossa voz e dizer não ao Trump”, defendeu.

Processo no STF

O julgamento de Jair Bolsonaro e de outros envolvidos no núcleo principal do caso que investiga a tentativa de golpe de Estado já entrou na fase de alegações finais. A etapa teve início a partir de despacho assinado pelo ministro Alexandre de Moraes em 27 de junho.

Após a intimação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem 15 dias para apresentar sua versão final dos fatos. Na sequência, o delator do caso, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, também terá o mesmo prazo para apresentar suas alegações finais.

Em seguida, as defesas dos outros sete réus na Ação Penal 2.668 terão igualmente 15 dias para submeter ao Supremo suas manifestações finais. O julgamento ficará a cargo da Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino.

Todos os oito réus, incluindo Bolsonaro, foram denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, pelos mesmos cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. As penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

Classificação Indicativa: Livre

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