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Entenda a química por trás do clareamento e como a luz UV potencializa - Reprodução/FreepikPublicado em 04/07/2025, às 12h48 BNews Natal
O clareamento de eletrodomésticos antigos voltou aos holofotes depois que vídeos mostrando o uso de água oxigenada de 40 volumes ganharam força nas redes sociais. O método, que realmente funciona, utiliza reações químicas simples e pode transformar itens encardidos em peças com aparência renovada.
Para entender por que eletrodomésticos e objetos de plástico ficam amarelados, é importante lembrar que, durante a fabricação, muitos deles recebem retardantes de chama à base de bromo. Esses compostos tornam o material mais seguro contra incêndios, mas, com o tempo, acabam se degradando ao contato com luz ultravioleta e oxigênio do ar. A oxidação quebra as ligações químicas e libera radicais livres — partículas extremamente reativas que escurecem o plástico, resultando em tons amarelados.
Segundo a professora de química Vanessa Linhares, da Fundação Bradesco, o uso do peróxido de hidrogênio é uma das formas mais eficazes de reverter essa oxidação. “Existem outras alternativas, como ozônio ou polimento, mas são procedimentos mais caros e delicados. Para uso doméstico, a água oxigenada é a melhor opção”, explica.
Como fazer o clareamento passo a passo
O processo é relativamente simples. Primeiro, escolha água oxigenada de 40 volumes — também chamada de peróxido de hidrogênio a 12%. Essa concentração é muito superior à encontrada na versão comum de farmácia (geralmente de 3%). Ao aplicar o produto, é essencial usar luvas, pois ele pode provocar queimaduras e irritações na pele.
Em seguida, espalhe o líquido sobre toda a superfície amarelada e envolva a peça com plástico filme. O filme mantém a umidade e evita a evaporação rápida da substância, prolongando o tempo de reação. Depois, deixe o objeto exposto diretamente ao sol. A radiação ultravioleta quebra a molécula de peróxido e forma radicais hidroxila, responsáveis por desfazer os compostos escuros e restaurar a cor clara do material.
“O sol catalisa a decomposição do peróxido e libera oxigênio. São essas reações que clareiam o plástico”, detalha Ricardo Deps, professor de química da Escola SEB Lafaiete. O tempo de exposição varia de algumas horas até um dia, dependendo da intensidade solar.
Por que esse método funciona?
A explicação está na química que ocorre durante o processo. Quando o peróxido de hidrogênio se decompõe sob luz UV, libera oxigênio ativo que oxida e destrói os pigmentos formados anteriormente pela degradação do bromo. Sem essas ligações coloridas, o material passa a refletir luz branca novamente.
Após o clareamento, é fundamental lavar bem o objeto para remover resíduos e evitar reações indesejadas no futuro. A professora Vanessa Linhares alerta que o procedimento deve ser feito em área ventilada, com cuidado extra ao manusear o produto.
Por fim, vale lembrar: esse truque serve apenas para superfícies plásticas rígidas. “Em tecidos, o peróxido é muito agressivo e pode danificar as fibras”, orienta a especialista.
Se você tem aquele liquidificador antigo, mas não quer se desfazer dele, esse método pode trazer de volta o aspecto de novo — e sem gastar uma fortuna.
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